O Município de Ourém vai pagar 150 mil euros para ter uma etapa da edição de 2024 da Volta a Espanha em Bicicleta (Vuelta) a passar e a chegar ao concelho. O montante foi revelado pelo presidente da câmara, Luís Albuquerque, no final da reunião de executivo de segunda-feira, onde a autarquia aprovou o contrato a celebrar com a Bravimaginação, empresa que representa a organização da Vuelta no País.
A prova espanhola regressa a Portugal em 2024 – a última vez que esteve cá foi 1997 para promover a Expo’ 98 – e vai ter uma etapa com chegada a Ourém. Será a segunda, a realizar no dia 18 de Agosto, com partida em Cascais. Segundo Luís Albuquerque, tanto o percurso como o local da meta ainda não estão definidos. “Há-de vir, entretanto, uma equipa técnica da Vuelta para analisar o trajecto,a chegada e as questões logísticas que teremos de ter na cidade de Ourém”, avança o autarca.
Sobre os custos do evento, o presidente da câmara não tem dúvidas que o investimento será compensado pelos impactos mediático e financeiro da prova. A título de exemplo, aponta dados segundo os quais, nos dias de etapa haverá cerca de “10 mil pernoitas com gasto médio diário de 150 euros por pessoa, o que corresponde 1,5 milhões de retorno directo nos hotéis e no comércio.
“[O evento] deixa 500 mil euros/ dia em retorno directo nos dias das etapas nas cidades por onde passa”, acrescenta o autarca, que destaca ainda o retorno mediático da prova, transmitida pela TVE para “190 países”, com “180 minutos disponíveis por etapa”.
“Só em Espanha perto de 1,5 milhões de pessoas acompanham diariamente a Vuelta em directo. Há ainda 15 milhões e visitas ao site da prova, 295 mil descargas da app e 60 milhões de vídeos vistos nas plataformas digitais do evento”, realça Luís Albuquerque, referindo que, em 2022, o certame contou com 1.028 jornalistas acreditados, em representação de 298 meios de comunicação.
“O impacto mediático é incontornável. Se nós quiséssemos promover o destino de Ourém e de Fátima em 190 países, durante três horas, para o número de pessoas que vai assistir ao espectáculo, quanto é que isso não custaria e quantos anos demoraria?”, questiona o autarca, que acredita que os números do evento “são dados mais do que suficientes para justificar a aposta” do município em garantir um final de etapa.
Luís Albuquerque nota ainda que “havia muitos municípios interessados”, mas a “rapidez” com que a autarquia aceitou a proposta e o facto de ter Fátima terão feito pender a decisão a favor de Ourém.