Com uma dotação inicial de 10 milhões de euros e uma segunda tranche prevista no mesmo montante, o fundo de capital de risco Região de Leiria Crescimento vai arrancar em Janeiro, com a abertura de candidaturas.
O anúncio foi feito por Rui Ferreira, presidente da Portugal Ventures, entidade que integra a sociedade gestora do fundo, durante o VIII Fórum da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL).
Na ocasião, o gestor adiantou que estão já a identificar casos de possíveis candidatos àquele que é “o primeiro fundo regional do País aprovado”, que pretende ajudar à capitalização de pequenas e médias empresas e projectos “inovadores” e com potencial de internacionalização, nas áreas do digital, indústria, tecnologias da saúde, turismo, economia verde, eficiência energética, tecnologias de informação e comunicação, mobilidade inteligente, entre outras.
“Não é só para startups, mas também para empresas com capacidade de crescimento”, frisou António Poças, presidente da Associação Empresarial da Região de Leiria (Nerlei), uma das parceiras do fundo, cuja criação resultou de uma candidatura apresentada ao PRR que juntou ainda a CIMRL, o Politécnico de Leiria, a Portugal Ventures e a Acilis.
Também a Caixa de Crédito Agrícola de Leiria desempenha “um papel fundamental”, como um dos investidores privados da região que assumem cerca de 40% do capital do fundo. O restante virá do PRR.
Para António Poças, “a constituição do fundo é um exemplo de grande entendimento de actuação da região” e ajudará a combater o “défice de capitalização” das empresas, com a disponibilização de um instrumento financeiro alternativo à banca tradicional e ao capital próprio. “Contribui para o financiamento, mas também para a melhoria da capacidade de gestão, já que o fundo pressupõe também algumas mudanças na gestão”, acrescentou.
Presidente do Banco Português de Fomento, Celeste Hagatong salientou o papel dos fundos de capital de risco no “retorno de talento” ao País. “Entidades nacionais e estrangeiras olham para Portugal como um bom mercado para startups e para investimentos com capital de risco” e isso reflecte-se na “capacidade de atracção de talento”, afirmou.
Por outro lado, estes fundos servem também para “colmatar falhas de mercado”, apoiando sectores como a “nova indústria”, para os quais “os bancos comerciais não estão tão vocacionados”.
Já Jorge Brandão, vogal executivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, destacou o contributo destes fundos como complemento aos apoios disponíveis através, por exemplo, dos programas operacionais. “É importante as empresas terem uma panóplia de instrumentos financeiros”, defendeu