Voltar a eleger um deputado pelo círculo eleitoral de Leiria é o objectivo da candidatura do Bloco de Esquerda (BE) pelo distrito, liderada por Rafael Henriques, médico de família. O objectivo foi assumido na apresentação da lista, que teve lugar esta segunda-feira, numa conferência de imprensa onde o cabeça-de-lista defendeu que “o País precisa do reforço” da representação do partido no Parlamento.
Em declarações aos jornalistas, Rafael Henriques disse que o aumento da presença do BE na Assembleia da República, também através da eleição de um deputado por Leiria, “é segurança” de que as preocupações dos bloquistas em áreas como a saúde, a educação e a habitação “vão ter mais força para serem resolvidas”.
“Os últimos dois anos têm-nos mostrado que o BE faz falta no Parlamento. Muito dos problemas que temos focado ficaram por resolver. Mais um deputado do Bloco eleito por Leiria contribuirá para traduzir no Parlamento as preocupações locais e regionais”, afirmou o candidato, adiantando que a candidatura está a preparar o “manifesto distrital”, com propostas para a região e que contará também com contributos de independentes.
Segundo Rafael Henriques, esse programa estará alinhado com as prioridades do partido para o País: “Queremos um Serviço Nacional de Saúde que seja eficiente, um sistema educativo robusto, um sistema de transportes e de mobilidade integrado e público, atenção às questões ambientais e a integração dos migrantes que procuram Portugal”.
Em relação à lista por Leiria, o número um da candidatura frisa que se trata de uma equipa “diversa”, com “representatividade do território do distrito”, com “critérios de paridade”, que abarca as várias áreas pelas quais o partido se tem batido e alargada a independentes.
“Os portugueses não queriam eleições antecipadas. Queriam resposta aos problemas, que se têm agravado nas áreas da saúde, educação, habitação e crise climática. A lista responde a essas preocupações”, diz Rafael Henriques.
Na educação, por exemplo, a número dois da lista do BE por Leiria, Lina Oliveira, professora de Pombal, destacou o papel do partido na defesa da resolução de muitos dos problemas que afectam o sector, nomeadamente, a reposição do tempo de serviço, o fim dos entreves à progressão nas carreiras, a definição de um sistema de avaliação “justo” e o retorno dos estágios remuneratório.
A docente chamou ainda a atenção para a necessidade de melhoria das condições das escolas, dando como exemplo o Agrupamento de Escolas de Pombal, onde lecciona e cuja escola-sede foi alvo de requalificação pela Parque Escolar, mas que tem dificuldades em responder ao aumento de alunos registado nos últimos anos. “Ter turmas com o número máximo de alunos, que antes era excepção, agora tornou-se corriqueiro”, afirmou.
Já na habitação, Frederico Portugal, número três da lista, acusou o Governo de ter “desistido de procurar soluções”, permitindo “o maior aumento de rendas” e de não procurar soluções para os edifícios devolutos. “Na habitação, houve uma capitulação do Governo”, disse, defendendo a necessidade de fixar tectos máximos para as subidas dos preços da renda e das taxas de juros e de aumentar o parque público de habitação.
10 – André Ramalhais, 30 anos, músico, Pombal
11 – Telma Gaspar, 40 anos, auxiliar educativa, Marinha Grande