“Leiria é um grande exemplo para Portugal”, um exemplo de “trabalho, de criação de riqueza” e de “fazer”, que “queremos seguir” no País. Foi desta forma que Pedro Nuno Santos começou o seu discurso no almoço com militantes, realizado, hoje, em Leiria, depois da visita à Startup, instalada no mercado municipal, e dos contactos que fez com trabalhadores e lojistas do Maringá e da Avenida Heróis de Angola.
Foi, aliás, nesse percurso, que se cruzou com Maria de Jesus, que, há 54 anos, vende castanhas na cidade e de quem ouviu a mesma mensagem que a vendedora deixou, há dois anos, a António Costa: “Tenha muita sorte e muita coragem”. O encontro terminou com um abraço da senhora a Eurico Brilhante Dias, cabeça-de-lista do PS por Leiria. “Gosto muito de si”, disse-lhe Maria de Jesus.
A caravana socialista, que parou na maior parte das lojas da avenida, já que na rua, àquela hora, havia pouca gente, como reconheceu o presidente da câmara, seguiu depois para a esplanada do Jardim Luís de Camões, onde decorreu o almoço.
Antes dos elogios ao distrito, Pedro Nuno Santos agradeceu a António Sales, antigo secretário de Estado da Saúde, que nas últimas eleições liderou a candidatura pelo distrito – presente no encontro – “o trabalho que fez pelos portugueses”, de forma “competente e séria”.
O líder do PS pegou depois no que viu na Startup de Leiria para apontar este investimento como “um exemplo” que é preciso “multiplicar” pelo País. “O maior desafio que temos é o da modernização da economia. Este é um exemplo de como políticas públicas podem ajudar novos projectos a ganhar força, contribuindo para reter e recrutar jovens qualificados, de forma a ajudar o distrito, a região e o País a desenvolver-se”, afirmou.
“Choque salarial” para alimentar produtividade
Pedro Nuno Santos aproveitou para, mais uma vez, criticar a “aventura fiscal proposta pela Aliança Democrática, que vai trazer mais austeridade”, propondo antes “um choque salarial que alimente o choque de produtividade que a economia precisa”.
O candidato a primeiro-ministro falou ainda de imigração, reconhecendo que o fenómeno “traz alguma tensão”, mas que a resposta deve “humanista”, adaptando os serviços públicos, como o SNS, a escola e o Estado Social, para “melhor receber quem vem e proteger quem já cá está”.
A este propósito, Eurico Brilhante Dias desafiou a AD “a não adpotar a linguagem e as bandeiras da extrema direita” e a não se deixar “enlamear por discursos que envergonham os verdadeiros democráticas, que fundaram a AD” na década de 80.
O cabeça-de-lista por Leiria focou-se depois no distrito, que, nos últimos dez anos, criou “entre 50 a 55 mil novos postos de trabalho”, que no ano passado “atingiu o máximo de exportações” e que tem um politécnico “capaz” de passar a universidade.
Por seu lado, Walter Chicharro, presidente da federação do PS e número três da lista por Leiria, alegou que, nas próximas eleições, no que ao distrito diz respeito, está em causa, por exemplo, se o Centro Hospitalar do Oeste, a continuação da modernização da Linha do Oeste e a linha de alta velocidade avançam ou não.
“O PS sabe o que vai fazer, o PSD diz que tem de fazer mais estudos”, disse Walter Chicharro, reforçando a ideia de que, nestas eleições, se trata de “optar entre quem faz e quem vai ver, quem tem projectos e quem vai estudar”.
Já o presidente da Câmara de Leiria lembrou que foi Pedro Nuno Santos, como ministro das Infraestruturas, que contemplou Leiria com a linha e a estação da alta velocidade, que colocará a cidade a “30 minutos de Lisboa”.
“Leiria votou PS e vai continuar a fazê-lo, ainda com mais convicção”, afirmou Gonçalo Lopes, para quem os eleitores terão de optar entre a responsabilidade e a estabilidade que o PS garante ou a irresponsabilidade, o aventureirismo e o oportunismo”.