O presidente da Câmara de Ourém quebrou o silêncio sobre a reactivação da luta pela criação do concelho de Fátima. Na sessão da Assembleia Municipal realizada na segunda-feira, Luís Albuquerque disse não reconhecer “qualquer legitimidade” ao novo movimento e defendeu que o concelho tem mais a ganhar mantendo-se unido.
“Hoje, queremos muito mais juntar do que separar. Em conjunto, valemos mais do que separados”, afirmou o autarca, que criticou a forma como o movimento se anunciou e se constituiu, “sem contacto prévio” com os órgãos autárquicos eleitos.
Interpelado por João Pereira, representante do MOVE na Assembleia Municipal, sobre o que pensa da reactivação do processo de emancipação de Fátima, “uma questão que leva mais de 30 anos”, Luís Albuquerque não poupou nas críticas ao novo movimento.
“Não reconheço qualquer legitimidade a um qualquer movimento que não emane de uma Assembleia ou de uma Junta Freguesia, esses sim órgãos representativos da população”, assumiu o presidente da Câmara de Ourém, assegurando que, “oficialmente”, não tem conhecimento sobre a reabertura do dossiê.
Luís Albuquerque revelou ainda que, ao contrário do que foi anunciado aquando da apresentação pública do movimento, não reuniu com os seus representantes. “Não estão começar bem, porque já falharam com o que se comprometeram.”
Presidido por António Neves Martins, professor aposentado, o novo movimento apresentou-se publicamente no passado dia 10. Em conferência de imprensa, o grupo anunciou que pretende entregar o processo administrativo “dentro do prazo máximo de um ano”, assente no “carácter excepcional” de Fátima, cidade-santuário que recebe mais de sete milhões de visitantes por ano.