Serão 310 casas, com capacidade para cerca de mil moradores, a nascer na Barosa, a poucas centenas de metros do futuro Parque Aquapolis Leiria. A urbanização Martingil Urban Resort promovida pela sociedade Poligreen, do Grupo Mekkin (antigo Grupo Meneses, de Porto de Mós), acaba de receber luz verde da Câmara de Leiria e deverá arrancar ainda este ano, com a ambição de conciliar a nova construção com a estrutura verde existente.
De acordo com a deliberação aprovada na semana passada, em reunião de câmara, o projecto prevê a edificação de 36 lotes, 12 dos quais para habitação unifamiliar (moradias) e um para “um edifício misto de habitação colectiva e comércio/serviços”, rodeados por quase 11 mil metros quadrados de espaço verde de “utilização colectiva”, com percursos pedonais e parque infantil.
A implementar num terreno com quase 97 mil metros quadrados, a operação de loteamento agora aprovada prevê ainda a criação de 109 lugares de estacionamento (cinco dos quais para pessoas com mobilidade reduzida), a acrescentar ao espaço de garagem, bem como a instalação de quatro ilhas ecológicas, já preparadas para a recolha selectiva de biorresíduos, e de 58 caleiras para a plantação de outras tantas árvores.
Ao JORNAL DE LEIRIA, o promotor refere que o empreendimento pretende ser uma “referência no contexto urbano da cidade de Leiria”, nomeadamente, pelas caraterísticas de “cariz ambiental, paisagístico e patrimonial”, e pela “salvaguarda das condições ecológicas e ambientais, de forma integrada, sustentável e auto-suficiente”.
“O projecto da urbanização irá apostar na implementação de alguns conceitos para melhor gestão ambiental”, acrescenta o promotor, que aponta como exemplo dessa estratégia as medidas de uso eficiente da água, não só pela instalação de equipamentos tecnológicos para o controlo e gestão da mesma, mas também pelo reaproveitamento das águas pluviais. Estas serão acumuladas numa bacia de retenção, “cuja qualidade será garantida pela introdução, a montante, de um sistema separador de hidrocarbonetos”, podendo depois ser reutilizadas para a rega dos espaços verdes públicos “ou para outros fins que o município entenda como necessários”, refere a informação enviada ao JORNAL DE LEIRIA pelo promotor.
Ainda em termos de sustentabilidade, o projecto aposta no uso de materiais reutilizáveis, onde se inclui a incorporação de reciclados nos pavimentos dos arruamentos e na base dos passeios e do estacionamento. Além dos benefícios ao nível da gestão resíduos, esta solução permite “reduzir drasticamente a pegada ecológica” do empreendimento, assinala o promotor, que destaca a adopção do conceito de “arquitetura paisagística e bioclimática, capaz de ajudar na regulação da temperatura ambiente nos espaços públicos, potenciado a sua usufruição”.
Também ao nível da energia serão implementadas medidas de eficiência energética e de redução de consumos, com a aposta em “soluções inteligentes na gestão da iluminação”, bem com o recurso a painéis fotovoltaicos para a alimentar o equipamento electromecânico do sistema de rega. “Pretende-se que o Martingil Urban Resort se destaque nas áreas da ecologia e da sustentabilidade”, conclui o promotor.