Uma criança que olha através da janela, sentada no interior da carruagem. Uma mulher em lágrimas, ao telefone. Um homem que oferece ajuda.
Em serviço para o Grupo Cofina, o fotojornalista Nuno André Ferreira testemunhou o êxodo dos refugiados da guerra a partir da fronteira da Hungria com a Ucrânia.
Algumas das imagens captadas na viagem de comboio entre Záhony e Budapeste constituem a exposição 431109 Fuga Entre Carris, com inauguração agendada para esta quinta-feira, pelas 18:30 horas, na livraria Arquivo, em Leiria.
Nuno André Ferreira foi premiado no concurso internacional World Press Photo 2021 com um terceiro lugar na categoria Spot News (Singles) e também no ano passado recebeu uma menção honrosa no Prémio Estação Imagem Coimbra, com a mesma fotografia, tirada em 2020 durante um incêndio em Oliveira de Frades, que mostra chamas a aproximarem-se de uma aldeia e um bebé dentro de um carro, em primeiro plano, a olhar para a objectiva.
Em 2018, conquistou o Prémio Rei de Espanha de Jornalismo, com outro instante, do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a apaziguar um idoso que chora, no rescaldo dos fogos de 2017 na região centro.
É natural de Leiria.
Em Março, durante várias semanas, Nuno André Ferreira acompanhou na Hungria o movimento de refugiados provocado pela guerra na Ucrânia, com milhares de pessoas, sobretudo mulheres, crianças e adolescentes, a procurarem um lugar seguro através dos comboios com origem na fronteira.
A exposição 431109 Fuga Entre Carris – 431109 é o número inscrito na locomotiva – é “um retrato” daqueles dias, explica ao JORNAL DE LEIRIA. Fixa “o espírito” da viagem, de quase seis horas, entre Záhony e Budapeste, no interior das carruagens e nas plataformas das estações ferroviárias.
Mais de duas dezenas de fotografias para ver na Arquivo nas próximas semanas.