O artista Mário Lopes mostra cerca de 40 obras a partir de sábado na exposição Intemporalidade da Matéria, que o Museu Internacional de Escultura Contemporânea (MIEC) de Santo Tirso, no distrito do Porto, exibe até Março de 2025.
Em destaque vão estar trabalhos que o escultor e artista plástico criou na última década, sobretudo esculturas em mármore, granito e calcário mas também em cortiça, e ainda desenhos em papel, xilogravuras, instalações com papoilas secas e tapeçaria.
É a maior exposição de sempre de Mário Lopes, “tanto em dimensão como em número de obras”, confirmou o artista à agência Lusa.
“É praticamente uma mostra do que tenho feito e realizado na última década. É um apanhado das várias áreas artísticas que tenho explorado”, acrescentou.
Em Santo Tirso, o artista mostra a visão do que o rodeia, que se reflecte no seu trabalho: “Esta exposição acaba por mostrar o meu mundo, as minhas ideias, os conceitos na criação artística”.
Várias obras são apresentadas pela primeira vez em Portugal e algumas são estreia absoluta. É o caso de “Viridi agros”, “Campos verdes” em português, uma tapeçaria de grandes dimensões coproduzida na fábrica Rosários 4, de Mira de Aire, aplicando a técnica de tufting.
“Já tinha feito outros trabalhos em [ponto de] arraiolos, mas gosto de explorar vários materiais e várias ideias. Neste usei uma pistola de tufting, que permite uma possibilidade estética diferente, pela textura, pelo material, pela sensibilidade que tem”, descreveu.
Numa exposição que é ponto de encontro de obras criadas ao longo de uma década, Mário Lopes reconhece que “muitos trabalhos não têm uma ligação” óbvia, surgindo aparentemente como “coisas completamente diferentes”.
“Mas a base de ligação é a visão que tenho da expansão do universo”, esclarece. As esculturas, pinturas e instalações nascem da “curiosidade e necessidade de beber muito dos elementos da natureza e perceber como são formados, como crescem, como são feitas as estruturas”.
Essa relação com o campo e o que o rodeia marca a obra de Mário Lopes como “uma experiência sensorial e filosófica”, realça o MIEC, no texto da exposição Intemporalidade da Matéria, que procura levar o público “a explorar a relação entre a natureza, a mente humana e a transformação das ideias”.
O escultor, natural de Leiria, iniciou-se no trabalho da pedra na Escola Profissional de Artes e Ofícios da Batalha, especializando-se depois na Academia de Belas-Artes de Carrara, em Itália, e na Universidade de Artes de Tama, em Tóquio, no Japão.
Desde 1999, Mário Lopes participou em simpósios, prémios e concursos no Canadá, Israel, Argentina, Irão, Taiwan, Luxemburgo, Coreia do Sul, República Checa, China, Alemanha, Japão, Arábia Saudita, Itália, Eslovénia e Nova Zelândia.
O artista plástico é um dos 33 selecionados para o Sovereign Portuguese Art Prize 2024, cuja exposição de finalistas é inaugurada Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, no dia 26 de Novembro.
Intemporalidade da Matéria é inaugurada no MIEC no dia 23 de Novembro, às 18 horas.