Duas vezes por mês, sempre numa quinta-feira, a partir do dia 9 de Janeiro, o cinema independente de curtas-metragens ganha uma casa em Leiria, no Atlas Hostel,através do festival ShortCutz Leiria. Ao longo de todos o ano, em dois encontros mensais, marcados para as 22 horas, serão apresentados filmes em modo de Competição e uma ou duas curtas-metragens convidadas, que priviligiem uma ligação ao nosso País e que tenham alcançado algum destaque em Portugal ou no estrangeiro. Em Janeiro, a segunda sessão está marcada para o dia 23 (mais informações aqui).
No capítulo da Competição haverá lugar para obras de perfil académico e produção completamente independente, realizadas por criativos que dominem a linguagem cinematográfica. “Damos espaço à divulgação de curtas-metragens portuguesas ou que abordem um tema nacional ou onde haja o contributo de alguém português na equipa. Estudantes, técnicos, argumentistas, entre outros”, explica o promotor do ShortCutz Leiria.
Rui Pereira refere ainda que ao longo de cada mês, as películas apresentadas inserem-se em temáticas actuais: “ambiente, ecologia, migrações, igualdade de género… as grandes questões incontornáveis neste momento”.
A lotação do espaço deixa adivinhar que este é um festival para verdadeiros aficionados da sétima arte. São apenas 30 lugares e a escolha deste número não acontece por desígnio do destino. Faz parte da filosofia ShortCutz e é replicado noutro locais de Portugal e do Mundo, onde o festival assentou arraiais.
“Pretendemos um ambiente informal, onde é possível sair da sala e ir buscar uma cerveja, havendo uma ausência de separação entre palco e plateia, que permitirá, no final da sessão, entabular conversas com os realizadores que queremos convidar a estar presentes.”
Da Monstra para o ShortCutz
Júri e público elegem vencedores
As películas exibidas no Atlas, neste festival de cinema com entrada livre e dedicado às curtas-metragens com até 20 minutos de duração, serão apreciadas por um júri constituído por sete elementos: a artista plástica Sandrine Cordeiro, o animador cultural e músico, David Ramy, a cantora e compositora Surma, o cineasta Bruno Carnide, o fotógrafo SAL, a lustradora Mara Mures e um elemento da equipa do JORNAL DE LEIRIA, semanário que, em conjunto com o hostel, apoiam a iniciativa. Elegem o prémio de melhor curta da noite.
“A cada dois meses, o colectivo escolhe um filme semi-finalista e, no final do ano, será escolhido um vencedor para o Grande Prémio ShortCutz Leiria“, explica o promotor. O público presente também será convidado a votar e a eleger uma película para o Grande Prémio do Público, através de uma aplicação digital que será apresentada na primeira sessão no dia 9.
O período de inscrição de trabalhos, que já se encontra aberto, dura o ano inteiro por se tratar de um evento contínuo que abrange 11 dos 12 meses [LER_MAIS]do ano. Em Agosto, o encontro do cinema de curtas independentes vai de férias e, em Dezembro de 2020, acontecerá apenas a sessão de apresentação e entrega de prémios aos vencedores.
O que é o ShortCutz
O ShortCutz é um festival que acontece durante o ano inteiro nas cidades e vilas aderentes à iniciativa. “A ideia, essencialmente, passa por dar oportunidades de divulgação a trabalhos que não têm oportunidade de ser apresentados nos outros festivais. Esta é a vertente de competição, mas há outra voltada para programação convidada. Aí temos toda a liberdade de a organizar por temáticas”, explica Rui Pereira que, em conjunto com Patrícia Loução e Patrícia Schürmann, estão à frente do ShortCutz Leiria.
A primeira Patrícia trata da Comunicação, das Redes Sociais e do Design, e a segunda está encarregada da selecção das curtas-metragens para competição. O movimento promotor de curtas-metragens está quase a completar dez anos, e conta com mais de 1400 sessões. Tudo começou quando o realizador Rui de Brito, em 2009, decidiu colmatar as deficiências de exibição no circuito português de curtas-metragens. Um ano depois, o Bicaense, em Lisboa, recebeu a primeira sessão.
Ao longo dos últimos anos, o festival, numa busca de temáticas actuais, estabeleceu parcerias com outros festivais, como o Festival Feminista do Porto ou a Mostra Anti-Racista. Em Portugal, há 15 cidades e vilas aderentes, entre elas Caldas da Rainha, Figueiró dos Vinhos e, agora, Leiria. Na região, a Figueira da Foz também pertence à rede que conta com iniciativas no Brasil, Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Reino Unido, Angola e China, entre outros países.