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“A Porta é um evento que só existe devido à generosidade da comunidade e ao trabalho e apoio dos voluntários, patrocinadores e da autarquia que nos ajudaram a colocar de pé esta manifestação das artes plásticas e cultura, alicerçada no espírito comunitário e multigeracional”, diz Gui Garrido, um dos organizadores do festival que aconteceu em Leiria, no fim-de-semana.
A terceira edição d’A Porta, que contou com o apoio do JORNAL DE LEIRIA, voltou a colocar em destaque o objectivo de levar os habitantes de Leiria e os visitantes a redescobrir, porta-à-porta, umbral-a-umbral e jardim- a-jardim, os lugares mais nobres da cidade, através dos afectos, da música, artesanato, artes plásticas, arte urbana, teatro, performance e instalação.
Segundo a organização, liderada pelo colectivo informal Meia-dúzia e meia de gatos pingados, este ano, houve “um crescimento na estrutura, ao nível da quantidade e qualidade de oferta de artistas, exposições e voluntários”.
A forma como esta edição decorreu leva já o colectivo a equacionar, em 2018, um festival que funcione ao logo do ano, com pequenos apontamentos culturais, oficinas de artes plásticas, concertos em novos espaços da malha do centro histórico da cidade e actividades de cariz social.
“Temos uma grande vontade de ‘profissionalizar’ o evento. Não podemos continuar a depender da boa vontade e do trabalho voluntário dos nossos amigos. Temos de poder pagar aos artistas. Temos de contratualizar as actuações de acordo com o que eles merecem”, afirma Gui Garrido, sublinhando que foi com “muito orgulho” que assistiu à abertura do novo Centro de Artes Villa Portela aos grandes eventos, com um concerto de Sean Riley & The Slowriders, para cerca de 400 pessoas.
“Os elementos da banda são quase todos de Leiria e quiseram estar presentes”. Mas houve mais momentos concorridos, como os restantes concertos que, ao longo dos vários dias do festival, levaram a Leiria milhares de pessoas ou o grande piquenique e concertos no “parque do avião”.
O organizador refere ainda o papel que tiveram empresas como a Sistema 4, que criou uma grande porta em paletes para o festival, uma app, o flyer e o site. Ao longo de dois dias, o centro histórico de Leiria lavou a cara, encheu-se de pessoas e voltou a mostrar a vida de tempos passados, quando havia roupa a secar nos estendais, as lojas estavam cheias, os jardins vividos e um burburinho permanente soava nos ouvidos.
“Tivemos um bom feedback a nível dos media nacionais e conseguimos estabelecer boas parcerias com a Fade In – Associação de Acção Cultural, com a Omnichord Records, com a Lei Skate School, que criou uma oficina de skate para invisuais em parceria com a Acapo, e o Nel-Pédeatleta que facilitou a corrida acessível a pessoas com mobilidade reduzida”, resume Gui Garrido.
Como em todos os grande eventos, foram detectadas algumas falhas que a organização promete corrigir na próxima edição. “Iremos profissionalizar, iremos limar arestas e pagar aos artistas como eles merecem. Faremos uma Porta, sem perder o espírito humano e familiar do festival”, garantem.
Casa Plástica
De Porta aberta até dia 10
As crianças encheram de riso as ruas apertadas e vielas e artistas plásticos, deixaram as paredes do centro de Leiria carregadas de arte urbana. Pela Casa Plástica, onde fotógrafos, actores, bailarinos, músicos, ilustradores, escultores e video-artistas expuseram o seu trabalho, passaram, apenas no sábado duas mil pessoas, o que dá uma ideia do espírito vivido n’A Porta. Até ao dia 10, o espaço estará de… Porta aberta às visitas.