Se sonhava casar no castelo de Porto de Mós, cuja arquitectura faz lembrar um palácio de princesas, esqueça. O novo regulamento, cuja proposta foi aprovada na semana passada em reunião de Câmara, vai acabar com a possibilidade de realizar esse tipo de cerimónias no espaço, que está classificado como monumento nacional.
“Acabaram-se os casamentos no castelo”, sentenciou o presidente da Câmara, Jorge Vala, durante a discussão do assunto pelo executivo. Frisando que no actual mandato não foi celebrada qualquer boda no local, o vereador da Cultura, Eduardo Amaral, explicou que a alteração ao regulamento pretende, sobretudo, “clarificar” o tipo de eventos que podem ser realizados no castelo, de forma a “valorizar” e “dignificar” o monumento.
Segundo o vereador, ficam proibidos certames que impliquem a confecção de comida ou a pernoita no local e restringem-se os eventos de carácter privado. De acordo com a proposta de regulamento, que vai ainda ser sujeita a discussão pública por um período de 30 dias, podem ser realizados no castelo “eventos de carácter cultural e científico desenvolvidos pelo município”, isoladamente ou em parceria, ou por iniciativa de terceiros, onde se incluem actividades ou cerimónias que promovam o monumento e o concelho e “actos protocolares de interesse público”.
O regulamento prevê também a realização [LER_MAIS]de eventos de carácter privado, com vista à promoção de empresas ou de outras entidades, e actividades desenvolvidas por instituições públicas, “com objectivos particulares”, como seja a promoção dessa entidade. Outra das novidades introduzidas pelo novo regulamento é a obrigatoriedade de preenchimento de um formulário, que “identifique o tipo de eventos e o responsável pela organização”.
Tal como já acontecia, a ocupação do espaço para certames de carácter privado vai continuar a implicar o pagamento de uma verba, que varia entre os 46,87 euros por hora e os 520,51 euros por dia e por evento.
Ao JORNAL DE LEIRIA, Eduardo Amaral explica a actualização das regras com a “crescente pressão” para o uso do castelo para eventos. “Os pedidos para casamento implicavam, na generalidade dos casos, a confecção de comida no local, o que não se coaduna com a natureza do espaço”, alega o vereador, adiantando que havia também solicitações para eventos com pernoita no castelo ou com passagem de música electrónica. “É preciso dignificar o monumento e valorizar também os eventos”, defende o autarca.