Em 2023, O Nariz manteve a ambição, que vem de anos anteriores, de “internacionalizar cada vez mais o Acaso”, explica Pedro Oliveira, um dos responsáveis pela organização do festival de teatro. E o próximo fim-de-semana, que é o segundo na cronologia da 28ª edição, constitui, provavelmente, o melhor exemplo de que o programa concretiza o propósito do colectivo com sede em Leiria: das sete apresentações, seis têm origem fora de Portugal.
Os próximos três dias são, também, um momento “muito dedicado a público familiar”, adianta Pedro Oliveira. No sábado, 7 de Setembro, o Titiriscopio do grupo Arawake (Espanha) está a funcionar a partir das 15 horas no Mercado de Sant’Ana e é uma pequena caixa mágica com marionetas e hologramas onde decorrem peças de cinco a sete minutos sem texto (entrada livre, M/4). Depois, logo ali, no Teatro Miguel Franco, às 16 horas, há teatro de sombras com o inglês Drew Colby e o espectáculo My Shadow and Me (3 euros, M/4). No mesmo palco, mas às 21:30 horas, oportunidade para ver U.Mani.Tà, teatro do gesto pelo italiano Jacopo Tealdi (3 euros, M/6).
No domingo, 8 de Setembro, mais dois espectáculos no Mercado de Sant’Ana, ambos gratuitos e para todas as idades: às 11 horas, Andantino, novo circo dos portugueses Marimbondo; e, pelas 17 horas, We Connect the World, dança e acrobacias, dos franceses Surprise Effect. Ainda no domingo, pelas 21 horas, o Teatro Miguel Franco recebe Os Náugrafos (Espanha) e o espectáculo Hugo (3 euros, M/6).
Entretanto, já hoje, sexta-feira, às 14:30 horas, para escolas e instituições, a companhia Arriba Las Hu! Manos (Chile e Argentina) apresenta Un Botón en mi Cabeza, no Teatro Miguel Franco.
Ao todo, nove países – Argentina, Brasil, Chile, Espanha, França, Israel, Itália, Reino Unido e Portugal – estão representados no 28.º Acaso – Festival Internacional de Teatro, que continua heterogéneo e capaz de surpreender. “Trazemos coisas que de outra maneira não vinham a Leiria”, assinala Pedro Oliveira. “Esse é o objectivo, sempre foi”. Criações “que não são usuais”. Entre outras, as que assinam Drew Colby, Jacopo Tealdi e os Surprise Effect, que já tinham sido contratados em 2022.
No programa destacam-se, por outro lado, alguns espectáculos “que são de agora”, de 2023, considera o director artístico do Nariz. “Este ano estão actuais; para o ano, se calhar, já não estão”. Control Freak, do israelita Kulu Orr, com artes do circo, humor e tecnologia, ou Champán por las Tetas, do Teatro Consentido, de Espanha, que coloca Lady Veneno, drag queen, no centro da acção.
Desde a abertura do Acaso, a 29 de Setembro, até ao encerramento, a 29 de Outubro, com o micro festival O Portão, estão previstas 21 apresentações em Leiria, Batalha e Marinha Grande. Incluindo O Meu Amigo H, com encenação de Albano Jerónimo e Cláudia Lucas Chéu e interpretação de Pedro Lacerda, Rodrigo Tomás e Ruben Gomes; De Mary para Mary, por A Barraca, com Rita Lello e direcção de Maria do Céu Guerra; As Leis Fundamentais da Estupidez Humana, pelo Lama Teatro, com João de Brito, Noiserv e Vítor Ferreira; A.norm@L, do Teatro Extremo; a estreia do filme O Mister da Estrada de Sintra (António Cova, Fulo HD) e a projecção da longa-metragem Piedade, do realizador brasileiro Claudio Assis.
Participam, na 28ª edição do festival, O Nariz, A Barraca, Teatro Nacional 21, Teatro Extremo, Partículas Elementares, Lama Teatro, Rairton Lima com Arthur Vinícius, Arriba Las Hu! Manos, Arawake, Drew Colby, Jacopo Tealdi, Marimbondo, Surprise Effect, Os Náufragos, Teatro Consentido, Kulu Orr, Fulo HD e Cláudio Assis.