Com texto, encenação e cenografia de Filipe La Féria, que também assina a composição musical em co-autoria com Miguel Amorim, Fátima – Ópera-Rock é, segundo o autor e encenador, “uma poderosa fábula que transcende o tempo e o espaço”.
“Não é apenas um espectáculo, é uma reflexão profunda sobre Portugal, a sua história e a dimensão cultural, espiritual e humana que projectam o nosso país no mundo”, refere na nota de divulgação partilhada com a comunicação social.
Inspirada nos acontecimentos de 1917 na Cova da Iria, a nova produção que chega a palco esta semana convida “a revisitar um dos maiores mistérios da fé católica, numa interpretação lírica e contemporânea que une crentes e não-crentes na celebração da esperança e da luz”.
A escolha do rock como género musical em Fátima – Ópera-Rock “é uma afirmação de contemporaneidade”, anuncia o dossiê de imprensa. “Esta linguagem, com a sua energia, intensidade e revolta, permite uma actualização de uma história antiga, conectando-a às sensibilidades do público actual”.
A estreia está agendada para quinta-feira, 5 de Dezembro, no Teatro Politeama, em Lisboa, com Teresa Zenaida (Lúcia), Paula Sá (mãe de Lúcia), Pedro Bargado (administrador de Ourém) e Mário Redondo (bispo de Leiria) nos principais papéis.
As sessões vão decorrer de quarta a sábado às 21 horas e aos sábados e domingos às 17 horas.
O espectáculo narra o ocorrido na Cova da Iria e mergulha na atmosfera do Portugal de 1917. “Um país profundamente marcado por tensões internas e externas. No plano político, a recente proclamação da República (1910) havia criado um clima de instabilidade, com sucessivas mudanças de governo, descontentamento popular e crescentes conflitos com a Igreja Católica. Enquanto isso, a Primeira Guerra Mundial devastava a Europa, agravando a fome, a miséria e o desespero das populações. É neste cenário de crise, marcado por uma profunda necessidade de fé e esperança, que surgem as Aparições de Fátima, um fenómeno que transcenderia fronteiras e marcaria profundamente a história cultural e religiosa de Portugal”, pode ler-se no texto que enquadra a nova criação de Filipe La Féria.
“A escolha de Fátima como tema para esta ópera rock é uma forma de resgatar a memória colectiva de um povo que encontrou na fé uma força transformadora. Mais do que um evento religioso, as Aparições e o Milagre do Sol reflectem a busca por respostas em tempos de caos”, considera a equipa responsável pelo espectáculo.
“Fátima – Ópera-Rock revisita esses acontecimentos históricos com um olhar contemporâneo, convidando o público a reflectir sobre a conexão entre o sagrado e o profano, o humano e o divino”. E, ao mesmo tempo, “sublinha a resiliência e a capacidade de superação do povo português, oferecendo uma experiência artística que une história, música e emoção”.