Alcobaça viveu, este sábado, um “dia histórico” com a inauguração do hotel de cinco estrelas que vai funcionar no Mosteiro, que permitiu também reabilitar o Claustro do Rachadouro. Trata-se de um investimento de 24,5 milhões de euros, promovido pelo Grupo Visabeira, cuja cerimónia de abertura contou com as presenças dos Presidentes da República de Portugal e de Moçambique e do ministro da Economia e do Mar.
Para o presidente da Câmara de Alcobaça, a inauguração do hotel “representa uma oportunidade única de desenvolvimento e dinamização de todo concelho”. “Alcobaça viveu hoje um dia histórico”, afirmou Hermínio Rodrigues, durante a cerimónia, onde disse não ter “a menor dúvida de que todo o território irá beneficiar” desta nova unidade hoteleira, “alargando o leque de segmentos de turismo” e “atraindo todo um novo mercado de congressos e eventos sectoriais e empresariais”.
Em dia de inauguração, Hermínio Rodrigues não esqueceu os seus antecessores, Gonçalves Sapinho e Paulo Inácio, “por abrirem o caminho da valorização deste magnífico património” e deixou agradecimentos ao grupo Visabeira e ao arquitecto Eduardo Souto Moura, por este “investimento singular e belíssimo” em Alcobaça.
Elogio “à excelência do turismo”
Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a fraternidade entre Portugal e Moçambique e aproveitou para fazer um “elogio à excelência do turismo”.
“Hoje celebramos a excelência no turismo português, no turismo moçambicano e no turismo português e moçambicano, porque aqui é Portugal, mas aqui trabalharam inúmeros moçambicanos, na obra que visitamos e inauguramos”, frisou.
Segundo o chefe de Estado, é pela “mediação do grupo que nos recebe [Visabeira]” que Portugal está “presente no turismo de excelência em Moçambique” e “Moçambique está presente no turismo de excelência em Portugal”.
“O importante deste momento não é tanto o culto do passado. O passado serve-nos de exemplo e de motivação para o futuro. Falamos do futuro no turismo, no futuro em inovação e na ciência, na educação, na vivência social e em todos os domínios da economia, mas vivemos também do futuro essencial na fraternidade entre as pessoas, entre os povos, entre os seus representantes”, insistiu.
Empresários desafiados a investir em Moçambique
Por seu lado, o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, incentivou os empresários portugueses a visitarem o seu país e a explorarem oportunidades de negócio, sobretudo na área do turismo.
O chefe de Estado moçambicano desafiou os portugueses a visitarem os destinos turísticos de Moçambique” e manifestou o desejo de que “os portugueses continuem a ser o primeiro navio” do investimento no sector do turismo.
Já o ministro da Economia e do Mar disse, na sua intervenção, que um “país que não reconhece aquilo que faz bem é um país que está mais propenso a fazer as coisas mal” e lamentou que em Portugal não haja “o hábito de reconhecer o trabalho das empresas”.
“É por isso que no Ministério da Economia e do Mar estamos a pensar lançar uma iniciativa com todo o nosso sistema empresarial para pegarmos nos exemplos mais extraordinários que temos no nosso país e torná-los mais visíveis para a sociedade portuguesa”, revelou o ministro.
Hotel com 91 unidades de alojamento
O Montebelo Alcobaça Historic Hotel vai disponibilizar 91 unidades de alojamento instaladas no Claustro do Rachadouro, no Mosteiro de Alcobaça, que foi alvo de uma obra de recuperação, com a assinatura do arquitecto Eduardo Souto Moura. O hotel representou um investimento de 24,5 milhões de euros do Grupo Visabeira e é o sétimo da cadeia Montebelo Hotels & Resorts em Portugal. Depois da unidade de Alcobaça, a cadeia inaugurará, em Janeiro de 2023, um novo hotel em Lisboa, no Chiado. A cadeia detém, ainda, seis hotéis e ‘resorts’ em território moçambicano. A instalação do hotel no Mosteiro resulta de um cotrato de concessão do Claustro do Rachadouro assinado, em Junho de 2016, entre Grupo Visabeira e a Direcção-Geral do Património Cultural, que estabelece a cedência do referido claustro por 50 anos.