A população da Torre, aldeia localizada na freguesia de Reguengo do Fètal, Batalha, está alarmada com a possibilidade de a povoação poder ficar rodeada de pedreiras.
Neste momento, existem quatro pedidos de pesquisa para outras tantas explorações, em vários pontos do cabeço que circunda a aldeia. Num desses locais, onde a prospecção foi autorizada, está já a ser extraída pedra sem licença. Num outro ponto, os promotores abriram uma estrada também sem autorização.
A ironia é que as pretensões para as novas explorações são para locais nas imediações das históricas pedreiras do Valinho de Rei e de Pidiogo, de onde saiu calcário para a construção do Mosteiro da Batalha, que estão classificadas como sítios de interesse municipal.
Depois de uma reunião realizada no sábado, a população enviou, na segunda-feira, um abaixo-assinado à câmara, dando conta da sua “indignação” e exigindo a “rápida intervenção” das entidades responsáveis.
Nesse mesmo dia, a autarquia deliberou, em reunião de executivo, solicitar esclarecimentos e “urgente actuação” à Direcção- Geral de Energia e Geologia e à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.
Já em Maio, na sequência de uma reclamação enviada à câmara e “após deslocação ao local” da fiscalização, houve um despacho do presidente do município a informar que “foram solicitados esclarecimentos” a várias entidades em “relação à extracção ilegal identificada”.
No entanto, os trabalhos de exploração prosseguiram, o mesmo acontecendo com a abertura do acesso, cujas obras só terão cessado na semana passada, com o embargo decretado pela câmara.