Com uma área de 942,6 hectares foi aprovada e anunciada em Diário da República, no dia 16 de Dezembro, a Operação Integrada de Gestão da Paisagem (OIGP) da freguesia da Aguda, no concelho de Figueiró dos Vinhos.
A operação cujo montante máximo de financiamento validado é de 1,9 milhões de euros (1.943.225 euros) para iniciativas de investimento e uma remuneração anual máxima de cerca de 116,5 mil euros (116.576,20 euros) para apoios a 20 anos foi apresentada pela entidade gestora FlorestGal – Empresa de Gestão e Desenvolvimento Florestal.
Carlos Simões, presidente da Junta de Freguesia da Aguda, explica que esta operação tem como alvo os aldeamentos mais remotos da freguesia, muitas vezes rodeados por povoamentos de eucalipto, que colocam em risco vidas e bens, em caso de incêndio.
A freguesia conta com 34 localidades, mas destas nem todas serão intervencionadas, uma vez que algumas apresentam factores de risco muito baixos.
O autarca adianta que à volta das aldeias e lugares elegíveis está a ser criado um perímetro de segurança com um raio de 100 metros, com melhoria dos acessos e de onde são retiradas a vegetação em excesso e todas as espécies pirófitas ou mais inflamáveis.
“O fim é substituí-las por árvores e arbustos autóctones, menos inflamáveis e promotoras de humidade no solo, como o carvalho, o sobreiro, o castanheiro ou o medronheiro, entre outras, incluindo árvores de fruto, que constam de uma lista fornecida pela câmara municipal”, refere.
Este “escudo verde” resultante dos trabalhos executados em sete das 34 aldeias, sublinha Carlos Simões, é já bem visível.
“Não se compara de todo à situação que tínhamos aqui em 2017, aquando do fogo de Pedrógão Grande, quando 81% da superfície ardeu. Apenas quatro aldeias não foram afectadas.”
O presidente da junta de freguesia acredita que o resultado, após estas intervenções, será um território mais bem preparado para resistir aos fogos.
Financiada através do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, a Área Integrada de Gestão da Paisagem da Aguda, será, segundo informação da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, alvo de “uma abordagem territorial integrada, que pretende dar resposta à necessidade de ordenamento e gestão da paisagem e de aumento de área florestal gerida a uma escala que promova a resiliência aos incêndios, a valorização do capital natural e a promoção da economia rural”.
