João Guerreiro, presidente do Município de Alvaiázere, reclamou hoje também que o Governo decrete o estado de calamidade no seu concelho, à semelhança do que sucedeu com a serra da Estrela.
“Alvaiázere exige que seja feito um tratamento equitativo e que seja tratado de forma igual a outros concelhos, porque o nosso território sofreu uma calamidade”, disse o autarca, ao recordar que o seu município registou uma área ardida de cerca de quatro mil hectares, o que representa “20% do seu território”.
João Guerreiro sublinhou ainda que Alvaiázere é o concelho onde mais casas arderam, “cinco das quais de primeira habitação, que foram completamente destruídas, outras parcialmente ardidas”, entre outras.
Reconhecendo a importância da floresta, o presidente salientou que “tão ou mais importante é também a questão social e os bens das pessoas que foram afectados”. “Isto é uma calamidade. E, arderam mil hectares na Rede Natura 2000, de proteção ecológica. Entendo que o Governo deve criar mecanismos para apoiar, de formal igualitária, todos os municípios que foram afectados, independentemente da região onde se encontram”, acrescentou.
O presidente considerou ainda que também é preciso auxiliar a parte económica, nomeadamente as empresas e a agricultura, pelo que defende que o Governo crie um “apoio de forma integrada”, pois “os municípios não têm capacidade financeira para o fazer”.
João Guerreiro afirmou que a autarquia está a terminar o levantamento dos prejuízos em termos financeiros, pelo que ainda não tem estimado um valor global. “Temos de valorizar o que é possível.”
O Governo anunciou na terça-feira que vai decretar o estado de calamidade para responder às necessidades do território da área ardida da serra da Estrela.
Também na terça-feira, o presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, disse esperar que seja decretado o estado de calamidade no seu concelho.
“Acabei de ouvir decretar o estado de calamidade na serra da Estrela. Espero que o tratamento seja idêntico para o concelho de Ourém, onde temos prejuízos incalculáveis, sobretudo na agricultura e na floresta. Os prejuízos são avultadíssimos”, reforçou Luís Albuquerque.