“A liberdade, a competitividade, a diversão e o convívio” fizeram com que se rendesse ao ciclismo. Fã de bicicletas “desde novo”, passou a ser natural acordar cedo ao domingo de manhã para ir pedalar cerca de 30 quilómetros com amigos e não demorou muito tempo a trocar as provas ocasionais pelo investimento na modalidade com competições maiores.
Federado desde 2009, André Filipe, de 35 anos, colecciona conquistas e continua a procurar novos desafios, seja na estrada ou em montanha.
“Perguntam-me muitas vezes qual é a diferença e o que prefiro, mas não é nada fácil responder. Apesar de ser sempre em cima de uma bicicleta, as duas vertentes têm uma adrenalina diferente, a estrada requer mais estratégia e equipa, o BTT é mais individual, mas se me pedirem para escolher não consigo”, confidencia- nos o ciclista de Mélvoa, a localidade da freguesia de Pataias, no concelho de Alcobaça.
Atleta de estrada no Centro Popular e Recreativo de A-do-Barbas (Maceira) e de montanha no Guilhabreu BTT, já vestiu as cores da portuguesa, sagrou-se vice-campeão do mundo (2017), este ano garantiu o título de campeão nacional de CR Master em Elites e colecciona “outras pequenas vitórias que são importantes para motivar”.
A mais recente conquista foi firmada no último fim-de-semana, ao vencer a 47.ª Volta à Madeira. “Tem corrido bem, mas o importante é sentir-me bem, divertir-me e conviver”, assume entre risos o operário fabril.
Habituado a pedalar pelo mundo, tem cruzado “muitos lugares diferentes e com muita beleza”. “Nem sempre é fácil conseguir apreciar os lugares por onde as provas passam, porque vamos concentrados e em esforço, mas há sempre momentos em que conseguimos ver e desfrutar”, conta, sobre provas “incríveis” por onde já pedalou, como na zona do Gerês.
Mas nem tudo são rosas, e há momentos que testam os limites físicos e psicológicos. “Quando vamos para ganhar temos de estar atentos, não só a nós mas também aos adversários, gerir esforços e às vezes há momentos menos bons em que temos de dar tudo, quase nem vemos o que estamos a fazer mas é aguentar e aguentar para tentar fazer o melhor possível”, confidencia.
Uma forma de estar na modalidade que já muitos conhecem, mas que não faz abrandar “a evolução bastante grande do ciclismo nos últimos anos”.
“Hoje em dia quase toda a gente tem duas bicicletas, de estrada e de montanha, e por isso há mais gente a praticar os dois. Além disso, facilmente os atletas são federados e muita gente já tem treinador”, explica quem, no entanto, enaltece que “ainda há muito a evoluir, especialmente no civismo das pessoas para que se respeitem uns aos outros”.
Para o futuro confessa que não tem “grandes objectivos” até porque, acrescenta, é adepto de “aproveitar as oportunidades que vão surgindo e ir desfrutando ao máximo da competição”.