Nove equipas marcaram presença na primeira edição do torneio Liga Legends, que reuniu antigos craques do futebol português na Nazaré. Os anos contribuem para diminuir a destreza e aumentar o peso nas pernas, mas a paixão pelo jogo mantém-se no máximo e apesar do espírito de amizade e convívio, a competitividade ainda lhes corre nas veias.
“Este é um espaço de excelência e é óptimo ter-se conseguido reunir um conjunto de ex-atletas que fazem parte de uma história grandiosa dos clubes. Grande parte dos que aqui estão têm um nome que está ligado à história do clube e aos seus grandes sucessos”, assumiu Luís Bilro, o “eterno capitão” da União de Leiria, que mostrou que a idade não lhe retirou a magia que sempre teve em campo.
O antigo defesa leiriense sublinhou que os ex-jogadores continuam a “manter a mesma adrenalina de sempre”. “A competitividade faz parte do nosso ADN. O facto de sentir o ambiente de um jogo, sentir que é o nosso meio… Se tiver continuidade, vai ser sem dúvida um evento de excelência para a Liga”, avançou Luís Bilro, desconhecendo que a Câmara da Nazaré e a Liga já garantiram a repetição do evento para o próximo Verão.
O antigo jogador sublinhou que “não é só o prestígio de cada atleta” que está em campo, “mas também o da entidade que cada um representa”. “Tem de haver esse cuidado de saber gerir as intensidades. É algo que não se consegue dissociar. Não consegues vir e só fazer um jogo com um grupo de amigos. Vens no sentido de gostar de ganhar, de que a tua equipa saia vencedora e te sintas feliz pelo teu desempenho, mas também pelo resultado”, reforçou.
Muitos abraços, animação, camaradagem e conversas em dia foram o principal enfoque de todos os participantes. “Há imensas pessoas que já não via há muito tempo. Fico extremamente grato por partilhar estes pequenos momentos com um conjunto de ex-atletas, que têm percursos brilhantes e notáveis, desde Sporting, Benfica, FC Porto, União de Leiria”, concluiu.
Também Paulo Costinha, que voltou a defender as redes dos leirienses, considerou a iniciativa “muito bonita”. “O melhor disto tudo é rever amigos e pessoas com quem nós convivemos durante o ano e por quem temos um carinho especial e eles por nós. Isso é muito importante”, acrescentou o antigo jogador, que também chegou a defender as cores do Sporting e FC Porto.
Sob a orientação técnica de Vítor Pontes, a equipa leiriense foi representada pelos antigos craques Paulo Costinha, Paulo Renato, Luís Bilro, Diego Galo, Tiago, Faria, Alhandra, Cássio, Luiz Carlos Stukas, Kata, Borges e João Dias.
A Liga de Clubes escolheu a antiga glória do Sporting Manuel Fernandes para dar o nome ao torneio deste ano, prestando-lhe uma homenagem no relvado sintético do Estádio do Viveiro – Jordan Santos, na Praia da Nazaré. “Sinto-me orgulhoso por ter sido o primeiro a ser homenageado. É muito bom ter conseguido ter nove equipas em competição”.
“As pernas já pesam”
“As pernas já pesam um bocadinho mais. Pensamos rápido, mas não executamos rápido. Já estamos um bocado mais lentos, mas dentro do possível fazemos o que podemos. Claro que gostamos sempre de ganhar, mas o importante é nos divertirmos”, afirmou Rui Barros, antigo internacional português, que vestiu a camisola do FC Porto.
O ex-defesa-central do Estrela da Amadora, Jorge Andrade, analisou o reencontro com ex-colegas: “Revelou falta de treino. Estamos desafinados, mas é sinal que temos de jogar mais vezes. Estamos todos contentes por o Estrela da Amadora poder participar neste evento”, disse, ao destacar que Rebelo, capitão da equipa da Reboleira, tem 60 anos. “Sou um dos mais novos com 45, ou seja, é um luxo ter saúde.”