Está patente na Galeria do Posto de Turismo da Batalha, até 29 de Agosto, a exposição que apresenta 10 trabalhos de cantaria e escultura de Pedro Coelho Oliveira, antigo aluno da Escola de Artes e Ofícios Tradicionais da Batalha, e discípulo do Mestre Alfredo Neto Ribeiro. A exposição surge como uma homenagem ao Mestre, por ocasião dos 20 anos do seu falecimento.
“Tratam-se de trabalhos de cantaria do tempo da minha formação, há 24 anos, e de algumas esculturas que fui fazendo ao longo destes mais de 20 anos”, explica Pedro Coelho Oliveira. Algumas das peças expostas foram produzidas com o Mestre Alfredo Neto Ribeiro, com quem Pedro Coelho Oliveira teve dois períodos de aprendizagem: durante a formação, na Escola de Artes e Ofícios Tradicionais, à qual se seguiram três anos de trabalho com o Mestre, até ao seu falecimento.
“O principal ensinamento foi a sabedoria que me transmitiu. Estes trabalhos acabam por ser o reflexo de tudo o que aprendi com ele”, revela o artista, que teve a oportunidade de trabalhar com o Mestre Alfredo Neto Ribeiro na reconstrução do pelourinho da vila da Batalha.
A oportunidade para a organização desta exposição surgiu no seguimento de uma outra exposição realizada no ano passado, sobre canteiros, onde Pedro Coelho Oliveira foi desafiado a realizar uma exposição da sua autoria. “Achei que pudesse ser uma boa oportunidade, acima de tudo por ser também uma homenagem ao Mestre Alfredo”, refere o artista.
Apesar de ser leiriense e de residir na Marinha Grande, onde tem instalado um pequeno ateliê, o escultor garante que a Batalha é um “lugar especial”. “Tem um significado especial expor na Batalha. É um regresso ao passado, onde tenho memórias muito boas. Foi neste concelho que fiz a minha formação e iniciei a minha vida profissional, e isso marca”, afirma.
Ao longo dos últimos anos, tem- -se dedicado à criação de algumas peças artísticas no seu ateliê, no entanto, é no exterior que trabalha a maior parte das vezes, sobretudo no restauro de pedra. “Tem sido um percurso difícil, mas nunca abandonei. As pessoas e os clientes também não me têm abandonado. Gosto muito do que faço”, salienta.
Sobre o ofício da cantaria, reconhece que “já não é como antigamente”. “Antes o trabalho era praticamente todo manual, e hoje em dia já se recorre muito às máquinas. É também para valorizar este trabalho manual e a cantaria mais tradicional que vou fazer esta exposição e mostrar alguns dos meus principais trabalhos de cantaria artística.”
A exposição “A Arte de Trabalhar a Pedra” pode ser visitada, diariamente, das 10 às 18 horas, sendo a entrada gratuita.