Carlos Lopes e Mário Sousa, responsáveis pela novo projecto que combina o enoturismo com o restaurante Ares do Campo, reaberto há mês e meio, conheceram-se na década de 80 e tocaram na mesma banda de garagem, influenciada pelos sons da época, que chegavam sobretudo de Inglaterra. Carlos emigrou para a Suíça, Mário ficou por Leiria, a garantir a cadência da bateria no colectivo Estúdio, mas nunca perderam o contacto nem a amizade. O que os reúne agora nas Quintas do Sirol, freguesia de Santa Eufémia, é a vontade de juntar o mundo dos vinhos com a celebração da cozinha tradicional portuguesa, no contexto do turismo gastronómico e da restauração do quotidiano.
Em Lucerna, aonde chegou em 1986, Carlos Lopes começou nos bastidores, como ajudante, a lavar pratos, mas progrediu até chefiar a cozinha de uma unidade hoteleira. Depois de trabalhar na formação de outros cozinheiros, actualmente dedica-se à gestão de várias empresas no sector da alimentação e bebidas. Entre outros negócios, importa vinhos de Portugal para a Suíça e traz turistas da Suíça para visitas nas quintas do Douro. É desta experiência que nasce o projecto em instalação no restaurante Ares do Campo, com a promessa de uma carta de vinhos ampla e criteriosa.
Um dos objectivos da nova gestão passa por recuperar algumas especialidades, de que são exemplo o cabrito à padeiro, a broa recheada com bacalhau, a chanfana, o pernil assado no forno e o cozido à portuguesa. Ou seja, explicam os promotores, "cozinha tradicional com algum requinte" e um "serviço de entradas interessante", que ajuda a fomentar o espírito da casa: "Desde que se senta na mesa até que sai o cliente tem sempre alguma coisa para comer ou para beber". Até mesmo ao remate, com "café acompanhado de bolinho caseiro" e "um digestivo, se for o caso".
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Na ementa, sobressaem os lombos de sardinha na broa, o polvo à lagareiro, a massinha de robalo, as bochechas de porco em vinho tinto com batata salteada e grelos, as costeletas de borrego grelhadas com migas e batata a murro e a posta de novilho, enquanto nas entradas reinam as moelas, a morcela e os ossos de espinhaço.
O serviço de buffet, por outro lado, propõe um couvert de saladas e sopa, pota no forno e feijoada, bebida e café pelo preço de nove euros por pessoa, com sobremesa e vinho à parte.
Há ainda uma carta de petiscos, com 25 opções, incluindo petiscos vegetarianos, tudo ao cuidado do chef Samuel Santana.
O restaurante Ares do Campo desenvolve-se em duas salas com conceitos distintos: o serviço tradicional num espaço mais acolhedor decorado à maneira típica e a sala sabores em companhia, vocacionada para o buffet e para a realização de workshops, provas de vinhos e momentos de degustação. Ambas abrem todos os dias úteis e domingos para almoço, sextas e sábados para jantar. Os restantes horários estão disponíveis mediante reserva.