Na primeira sessão de julgamento, que se iniciou com cerca de duas horas de atraso, o arguido, que se encontra detido preventivamente, adiantou ao colectivo de juízes que não se recorda de ter esfaqueado a vítima, mas admitiu, contudo, ter sido o autor.
Confirmando que em Março de 2015 teve um encontro sexual com uma rapariga, o arguido adiantou que depois “ela pediu mais dinheiro”, o que recusou”.
“Ela começou a insistir, tirou-me a chave do carro e puxou da navalha, fazendo-me uns cortes no pulso”, contou.
O que se passou a seguir o arguido não soube explicar. “A partir daqui não sei precisar bem o que se passou. Perdi o nexo. Fiquei cego devido às minhas incapacidades, digo eu agora a raciocinar.”
O juiz presidente referiu que o relatório do Instituto de Medicina Legal refere que foram provocados 256 ferimentos na vítima. “Não me lembro de nada [facadas] e pergunto como fui capaz de fazer isto. Não tem explicação, não faz parte do meu ser.”
Confrontado pelo Procurador da República do Ministério Publico (MP) sobre o facto de se lembrar de tudo o que aconteceu até “agarrar-lhe a perna” e “depois não se lembrar de mais nada”, o suspeito admitiu ter “feito coisas más”.
Também em resposta à advogada da vítima, o arguido disse: “Eu não me lembro, mas deduzo. Não foi mais ninguém que fez aquilo, fui eu.”
O advogado de defesa questionou o arguido sobre o que consta na acusação do MP, onde está inscrito que o suspeito “teve prazer em matá-la e em causar sofrimento e que se sentiu sexualmente excitado”.
“Claro que não. Tenho vergonha do que fiz”, concluiu o arguido.