Um dos mecenas das artes mais proeminente, do início da era moderna da humanidade (fim do século XV) até à contemporaniedade, é sem dúvida nenhuma a Igreja Católica. Contratou ao longo dos séculos imensos profissionais da pintura, escultura e arquitectura para construir e adornar palácios, catedrais, mosteiros, pequenas capelas e santuários. É impossível não reconhecer o peso que têm no legado artístico da Europa.
Poder-se-á argumentar, que é o dinheiro a mandar, mas para mim não se resume apenas a isto. Distinguir boa arte não é característico dum bolso fundo, mas antes duma educação delicada. Não foi exclusivamente porque eram abastados que encomendaram trabalho a Caravaggio ou Rafael, e também não foi por isso, que pediram a Sílvia Patrício que pintasse os ícones oficiais dos pastores de Fátima.
Tirando os objectores de consciência, qualquer artista está deserto para trabalhar para a Igreja. Primeiro, porque há uma grande probabilidade de os trabalhos durarem muito mais tempo que o autor, segundo porque os projectos propostos são geralmente de grande envergadura, o que entusiasma muito os autores, e por último, mas não por fim, por poderam ganhar dinheiro que se veja.
Então porque terá a Igreja Católica, podendo escolher qualquer artista, escolhido a Sílvia? Para mim, porque o nível de minusiosidade das pinturas dela se aproxima, por vezes, ao dos “Old Masters”, e porque ainda hoje, este alto nível de desempenho na pintura, quase se afirma como um ex-libris da Igreja.
A artista não trabalha apenas para a Igreja. Já muitos descobriram o poder da pintura de Sílvia Patrício e ainda muitos mais serão os apreciadores que sem dúvida farão dela das pintoras mais prósperas de Leiria da nossa época.