Tenho por hábito fazer visitas de estudo à ESAD, Caldas da Rainha. Passeio pelos corredores e ateliers da escola a ver o que de novo vai aparecendo. Foi numa destas ocasiões que conheci o Tomás Toste. Estava no seu pequeno atelier a fumar um cigarro e a dar uns dedos de conversa a uns colegas com quem partilhava o espaço.
Estavam expostas umas pinturas de pequeno formato, delicadamente executadas e perguntei de quem eram. Timidamente chegou-se à frente: “São minhas!!” e falamos um pouco sobre elas. O Tomás estava num espírito um pouco reservado e por isso fomos breves. Continuei a visita e quando estava a ir embora, abordou-me com um pequeno papel impresso com os seus contactos. Ri-me, agradeci e despedimo-nos afavelmente.
Com tempo investiguei o trabalho dele e voltei a achar curioso. Convidei-o a visitar o meu atelier, ele aceitou imediamente e apareceu. Trouxe consigo dois conjuntos de pinturas cada um num estilo completamente diferente. Uns eram pastel seco sobre papel e tinham um ar meio desfocado, que é típico deste medium. Os outros estavam executados com uma técnica típica do renascimento italiano, claro/escuro com velaturas transparentes, o que dava um ar mais HD às composições.
Perguntei-lhe como tinha aprendido a fazer isto e ele admitiu ter visto um vídeo a demonstrar. Achei maravilhoso. Lembrei-me de quando vi a ser executada esta técnica pela primeira vez, também num vídeo, e formou-se entre nós um elo que não precisamos verbalizar ou esmiuçar, mas que nos liga de forma óbvia. Entendemos como se chega a uma pintura tipo Mona Lisa, mesmo sabendo que seria praticamente impossível de replicar.
O vídeo que eu vi está no youtube, é só procurarem o Tom Keating a demostrar a técnica do Ticiano, e já agora investiguem também o Tom Toste, que vão curtir. Eu curti.