Rui Basílio, artista de Porto de Mós, marcou presença na Feira Internacional de Pedra de Xiamen, na China, com a peça “Confúcio”, que retrata este filósofo e pensador chinês.
Neste trabalho, Rui Basílio recorreu a pedra calcária da região sobre a qual desenhou o rosto de Confúcio, mas com um produto que só permite ver a imagem quando a rocha está molhada.
“Se a pedra estiver seca, o desenho não se vê. Quando manipulamos a pedra, para que esta fique molhada, o retrato aparece”, explica o artista, referindo que a participação na feira de Xiamen resultou de um desafio da empresa MVC, sediada em Ataíja de Cima, Alcobaça.
Nos dois primeiros dias do evento, que decorreu de 16 a 19 de Março, Rui Basílio executou o desenho no recinto da feira, onde o trabalho ficou depois exposto, nos dias seguintes.
Mas antes foi necessário superar alguns obstáculos, a começar por arranjar material alternativo. “Em Janeiro, enviámos parte do material, incluindo a moldura com o desenho. Mas, devido à guerra [Faixa de Gaza], o contentor ainda está no mar”, conta Rui Basílio, revelando, quando chegou, deparou-se também com a pedra que iria usar partida.
Os percalços não se ficaram por aí. O líquido que faz aparecer e ocultar o desenho na rocha também não estava em condições de ser utilizado, já que “perdeu qualidades com as temperaturas negativas que apanhou no porão do avião”.
Um conjunto de contratempos foi ultrapassado com o “desenrascanço” português e a “boa vontade” de vários participantes na feira. “Um parceiro chinês da MVC, que trabalha com outras empresas portuguesas arranjou-nos uma pedra muito idêntica. Já o produto – hidrofugante – conseguimo-lo junto de um expositor, depois de uma publicação que fizemos na internet”, relata Rui Basílio, que recebeu “bom feedback” do público.