Artur Mateus, director do Centro de Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto (CDRSP), vai deixar o Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria), onde é docente e investigador há 27 anos, para abraçar um novo desafio profissional que lhe foi colocado pela Universidade de Coimbra.
“A razão principal da minha saída deve-se ao desafio que me foi colocado para fazer parte de um novo projecto no eixo Coimbra – Figueira da Foz”, adianta o professor, que irá trabalhar num centro de investigação da Universidade de Coimbra, o Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE).
Ao mesmo tempo, Artur Mateus integrará a equipa do Centro Tecnológico de Interface, Associação para o Desenvolvimento da Economia do Mar (SeaPower), na Figueira da Foz. “Sendo este último recente, será estimulante ter participação activa no que será um CTI de referência ao nível nacional”, considera o professor.
Com instalações projectadas para a zona da Praia do Cabedelo, “este centro já tem um envelope financeiro para a sua instalação e diversos projectos estão a ser preparados com vista a capacitar as empresas relacionadas com a economia do mar”, contextualiza Artur Mateus.
Entusiasmo em “erosão”
Mas não é apenas esta a razão da mudança. “Durante anos foi [LER_MAIS]com entusiasmo redobrado, que participei, enquanto docente e investigador do IPLeiria e CDRSP, em diversos projectos, eventos e outras acções. No entanto, nos últimos tempos, foi grande a erosão que senti e que pouco a pouco, de forma sorrateira, foi corroendo o tão necessário entusiasmo imperativo para alavancar um centro como o CDRSP para uma nova dimensão”, confidencia.
Artur Mateus iniciou funções como docente do departamento de engenharia mecânica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão em 1997. Foi um dos fundadores do CDRSP (que surgiu em 2007), instituição onde exerceu várias funções e ocupou diferentes cargos, entre os quais o de director, que ocupava desde Julho de 2022.
Da sua ligação ao IPLeiria faz um balanço “positivo”, bem como da evolução do CDRSP, que em 17 anos conquistou: “232 projectos de IDT com financiamento competitivo, cerca de 90 membros, 15 laboratórios, 315 bolsas”, envolvendo “350 empresas, 50 registos propriedade intelectual, 170 milhões de euros captados em projectos competitivos até 2021, cinco agendas no âmbito do PRR 2022-2025, oito milhões de euros CDRSP – IPLeiria no PRR entre 2022 -2025 e 336 milhões de euros nas agendas PRR entre 2022 – 2025”.
“Em termos de financiamento existe uma saúde financeira como nunca visto desde a criação do CDRSP”, frisa o engenheiro, com satisfação.
Artur Mateus apresentou a sua carta de resignação ao cargo de director do CDRSP no passado dia 21 de Dezembro. Dia 29 de Fevereiro será o seu último dia como funcionário do IPLeiria.
Contactado pelo nosso jornal, o IPLeiria faz saber que hoje, dia 4, o Conselho Académico irá discutir e decidir quem irá suceder ao professor Artur Mateus, sendo que a sessão oficial de tomada de posse da nova direcção do CDRSP será agendada depois de ser conhecida a decisão do órgão.