O relatório da comissão criada por elementos da Assembleia Municipal de Pombal para avaliar a instalação de uma unidade de processamento de produtos à base de carne de aves, da Lusiaves, junto à Guia, e o seu impacto no aquífero Monte Real – Leirosa foi aprovado por unanimidade, com uma declaração de sentido de voto, na última reunião do órgão, no dia 26.
O tema foi apresentado já com mais de seis horas de reunião da Assembleia Municipal e, apesar dos elogios ao documento e trabalho da comissão, os eleitos municipais e autarcas alongaram-se em críticas vazias antes da votação.
A leitura das conclusões coube ao redactor Daniel Ferreira (PSD), presidente da Junta de Vermoil.
“O investimento é uma mais-valia para a região de implantação, mas é legítima a preocupação dos peticionários, relativamente ao impacto ambiental”, referiu Daniel Ferreira, apresentando seis pontos que a comissão acredita acautelarem os interesses da população.
Entre eles, está o pedido ao município para que emita uma declaração às entidades competentes, que apreciarão o licenciamento da necessidade de se realizar um estudo de impacto ambiental no aquífero Monte Real – Leirosa.
“Se a entidade não o fizer, o município deverá pedir um estudo de incidência tal independente e, juntamente com o investidor, acordar a informação periódica dos indicadores de consumo de água, qualidade dos efluentes e impacto do ruído e medições de odores.”
A comissão aconselha ainda que o consumo de água e o volume de água introduzido no saneamento municipal seja monitorizado, bem como o “estabelecimento de salvaguardas jurídicas firmes para impedir a implementação futura de centros de abate, pavilhões de produção avícola ou equipamentos congéneres”.
A comissão contou com cinco elementos do PSD, dois do PS, um do movimento Cidadãos Eleitores Oeste Independentes e o presidente da União de Freguesias da Guia, Ilha e Mata Mourisca (independente), que visitaram uma unidade da Lusiaves e reuniram com peticionários e empresas.
Luís Couto (Cidadãos Eleitores Oeste Independentes) aproveitou a ocasião para também elogiar o trabalho desenvolvido, numa questão que se arrasta há dois anos, e para pedir mais celeridade na instalação de empresas no concelho e atenção para o Parque Industrial Manuel da Mota, para a Zona Industrial da Pelariga e ligação nas Meirinhas entre o IC2 e A1.
Apesar da votação, Gabriel Oliveira (PS), na sua declaração de voto, sublinhou que ainda há dúvidas que não foram respondidas, como “qual é o processo e preço da aquisição”, “qual o interesse para a população” e “questões relativas ao PDM”.