A Escola Tecnológica, Artística e Profissional de Pombal (ETAP), o Politécnico de Leiria e a associação empresarial Nerlei assinaram ontem na cidade do Lis o protocolo do Centro de Excelência (CoVE), que representa Portugal no projecto Greenovet.
A assinatura do protocolo dá início à implementação, na região de Leiria, deste Centro de Excelência, “que será uma instituição de referência no ensino profissional em inovação verde em Portugal”, segundo um comunicado dos responsáveis do projecto.
O CoVE terá como objectivo apoiar competências profissionais de alta qualidade, apoiar actividades empresariais, difundir inovação e funcionar como polo de conhecimento e inovação para empresas (em particular PME).
A implementação do CoVE faz parte do projecto Greenovet, que visa promover o desenvolvimento da excele?ncia no ensino profissional na Europa, em mate?ria da inovac?a?o verde, “de forma a permitir uma economia inovadora, inclusiva e sustenta?vel”.
Nesse sentido, visa capacitar estudantes e professores, atrave?s do desenvolvimento de projectos regionais e internacionais, em conjunto com empresas.
Estão envolvidas no Greenovet as regiões de Leiria, Styria (Áustria), Vaasa (Finlândia) e Skopje (República do Norte da Macedónia).
Funcionando numa lógica de consórcio, as quatro regiões vão definir planos de formação para docentes e alunos, criar cursos piloto e constituir Centros de Excelência Vocacionais nas áreas da ecologia e do ambiente.
Estendendo-se até 31 de Outubro de 2024, o projecto, desenvolvido no âmbito do programa ERASMUS +, tem um orçamento total de 4,4 milhões de euros.
“Para desenvolver uma verdadeira política ambiental, são necessários recursos humanos qualificados nessa área”, sublinha Vítor Ferreira, investigador do Politécnico de Leiria e um dos responsáveis pela execução deste projecto em Portugal.
“Existe uma lacuna nesta matéria: são necessários técnicos para criar esta inovação sustentável e não há, na generalidade dos países, oferta formativa”, adianta.
Por isso, é preciso começar por definir as competências fundamentais para enfrentar o desafio da sustentabilidade.
E é isto que fará cada uma das quatro regiões que integram o projecto, com a criação de Centros de Excelência que permitirão qualificar estes profissionais.
A cooperação entre as quatro regiões europeias envolvidas no projecto permite uma complementaridade que enriquecerá a estratégia de cada uma delas e a definição de cursos integradores que, acreditam os responsáveis, permitirão mudar toda a forma como a sociedade encara a sustentabilidade.
O projecto treinará, a partir do próximo ano, mais de 100 professores “para a excelência no ensino de competências profissionais e essenciais”.
Serão também estruturados mais de 16 projetos regionais e dois internacionais, em conjunto com empresas, para depois serem implementados.
Vão ser criados cursos-piloto, de curta duração, de forma a testar as possíveis áreas formativas e com o intuito de, no caso português, vir a integrá-los no Catálogo Nacional de Qualificações de Formação Profissional.
“Pretende olhar-se para o futuro numa lógica de médio-longo prazo, identificar necessidades que as empresas têm ou possam vir a ter nas áreas de desenvolvimento de produtos, inovação e economia circular, entre outras, e delinear, de raiz, programas de formação que possam capacitar técnicos e especialistas nestas áreas”, adianta Henrique Carvalho, da Nerlei.
Já Álvaro Lopes, da ETAP, vê este projecto como “uma ferramenta capaz de transformar a sociedade”, ao capacitar não apenas os estudantes, mas também docentes e empresas, para a inovação verde.
“O que se espera é uma mudança do mindset, de forma a que todos possamos contribuir para esta economia inovadora e centrada na sustentabilidade do planeta e do futuro”, defende.