O presidente da Câmara da Marinha Grande relacionou hoje a poluição do rio Lis que se manifesta na Praia da Vieira com o funcionamento da ETAR do Coimbrão e pediu apoio do ministro do Ambiente para ultrapassar a situação.
“O problema não é das suiniculturas. Temos análises da água dentro do nosso concelho, com boas condições de saúde pública. Portanto, é desde aí até que chega à foz que ela é contaminada. O que é que existe que possa alterar isto? Não temos pecuárias no nosso concelho, portanto o problema é da ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] do Coimbrão [Leiria]”, disse o presidente do Município da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, à margem de uma visita do ministro do Ambiente ao Pinhal de Leiria.
O autarca entregou ao ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, um documento com informação sobre a monitorização da qualidade da água do rio Lis, entre 2010 e 2022, evidenciando os impactos no ambiente e saúde pública provocados alegadamente pela ETAR do Coimbrão. E solicitou apoio para a despoluição na foz.
Segundo Aurélio Ferreira, foram realizadas análises “antes da descarga da ETAR no rio Lis”, que são “compatíveis com aquilo que a saúde pública entende ser um problema”.
“Depois temos análises imediatamente a seguir à descarga e efectivamente os valores disparam. São extremamente elevados”, reforçou.
O documento entregue é um “resumo de um trabalho de cinco anos” de análises que têm vindo a ser feitas nas águas desde que entram na Vieira de Leiria, freguesia do concelho da Marinha Grande, “até à foz”.
“Fizemos análises em cinco pontos para percebermos o que é que temos em termos bacteriológicos nesta região. As análises da autoridade de saúde também indicam que existem zonas mesmo encostadas à foz, em que a qualidade da água não permite banhos”, informou Aurélio Ferreira.
Os parâmetros referidos no documento mostram que ao “nível dos ‘enterococos’ e ‘colis’ estão acima da média”, o que põe em causa a saúde pública na foz do rio Lis.
Para Aurélio Ferreira, a poluição “impossibilita o desenvolvimento económico da Praia da Vieira” e impede o hastear da bandeira azul.
“Pedi ao senhor ministro que actue, faça com que as Águas do Centro actuem na ETAR e que tratem as águas, de modo a que quando elas são lançadas no rio, tenham condições de a saúde pública aceitar as águas que ali tem”, afirmou.
O presidente sublinhou que, neste momento, há “um problema de saúde pública”.