O PS vai recandidatar a vereadora Cília Seixo à Câmara de Ourém, após o cabeça de lista anunciado, o deputado António Gameiro, que era presidente da Concelhia, ter retirado a candidatura e pedido a demissão da estrutura partidária.
“Sou recandidata e isso foi confirmado na quinta-feira, na reunião da Concelhia, por unanimidade”, afirmou hoje à agência Lusa Cília Seixo, de 59 anos, professora e psicóloga clínica, e agora presidente da Concelhia de Ourém do PS.
A vereadora afirmou que é de novo candidata porque “o PS tem um projeto para o concelho”.
“Candidato-me porque devo isso aos militantes, simpatizantes, apoiantes e aos ourienses em geral. Candidato-me porque Ourém precisa de uma alternativa política séria, credível e comprometida com o desenvolvimento do concelho, e porque percebo o potencial do concelho e quero contribuir para a sua afirmação em termos nacionais e internacionais”, continuou Cília Seixo.
A cabeça de lista adiantou que o projeto estratégico de desenvolvimento que tem para Ourém, no distrito de Santarém, assenta em vários fatores.
“Queremos um concelho competitivo no panorama nacional, como polo de inovação e desenvolvimento. Queremos um concelho que, através de Fátima, adquira dimensão mundial e que se torne atrativo não apenas em termos turísticos, mas de qualidade de vida, de modo a atrair famílias para as freguesias do norte do concelho que têm um potencial em termos ambientais e paisagísticos e de identidade que deve ser promovido”, salientou.
Para Cília Seixo, que é residente em Fátima, o objectivo é “um concelho de excelência na cultura, educação e do ponto vista social”.
Sobre o balanço que faz da governação municipal, a candidata considerou que o executivo, de coligação PSD/CDS-PP, “faz praticamente uma gestão corrente”, notando que este tem colocado “em prática projetos que tinham sido deixados em aberto ou planeados pelo anterior executivo [do PS]”, como a requalificação do Cineteatro, do Castelo ou da avenida que atravessa a cidade de Ourém.
Acusando o atual executivo “de falta de uma visão estratégica de futuro”, a socialista observou que “as coisas são feitas em termos do imediato, mas não há um projeto definido a longo prazo para o concelho”.
Segundo Cília Seixo, “este executivo não tem um rumo claro para o futuro do concelho”, tendo falhado “redondamente na atração de novas empresas, no projeto de incubação startup e na criação de emprego”, destacando que “uma das promessas eleitorais era criar 3.000 empregos”.
Para a socialista, uma vitória nas eleições autárquicas é “melhorar os resultados nas últimas eleições”.
Nas eleições autárquicas de 2009 e 2013, Cília Seixo integrou a lista do PS à Assembleia Municipal de Ourém, tendo sido eleita.
No sufrágio de 2017, Cília Seixo era a número dois da lista socialista liderada pelo então presidente da câmara, Paulo Fonseca. Como este foi impedido de se recandidatar pelo Tribunal Constitucional, Cília Seixo acabou por ser a cabeça de lista.
Este mês, o deputado António Gameiro, que era também presidente da Concelhia de Ourém, foi anunciado como cabeça de lista. Por ser suspeito na “Operação Triângulo”, que levou à detenção da então presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita (PSD), de dois empresários e de um trabalhador da Administração Pública, António Gameiro retirou a candidatura e apresentou a demissão da Concelhia.
Questionada sobre o facto de ter sido de novo a segunda escolha do partido à câmara, Cília Seixo respondeu: “Ao longo do último ano eu fui, insistentemente, sondada para ser cabeça de lista. Porque achava que o António Gameiro tinha um conhecimento político e do concelho que representava uma mais-valia, apoiei a candidatura dele e fazia parte da sua lista”.
“Dada a impossibilidade, e por uma questão de dever e de respeito para com todos, decidi liderar esta lista. Há uma mudança no cabeça de lista, mas a equipa mantém-se”, garantiu.
A coligação PSD/CDS-PP governa o município, que conquistou ao PS nas autárquicas de 2017, ao alcançar quatro mandatos, enquanto os socialistas tiveram os restantes três.
São também candidatos Élio Paulo (Chega), Luís Albuquerque (coligação PSD-CDS/PP) e Anabela Pereira (MOVE – Movimento Independente).