Em 15 anos de actividade, o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA), localizado em São Jorge, no concelho de Porto de Mós, registou mais de meio milhão de visitantes.
Os dados são facultados ao JORNAL DE LEIRIA pela Fundação Batalha de Aljubarrota (FBA) que, através do seu presidente, António Ramalho, anuncia que o espaço irá entrar numa “segunda fase”, com novos investimentos que pretendem “fazer a ligação” entre o CIBA e o Campo Militar de São Jorge.
A criação de novos áreas museológicas e de condições para que as famosas covas do lobo fiquem “visíveis, mas preservadas” e a definição de mais circuitos pedonais exteriores são algumas das intervenções previstas.
Inaugurado no final de 2008, o CIBA registou, até final de Novembro último, 506.212 visitas, sendo que o ano com maior número de entradas foi o de 2011, totalizando 50.847.
“Se excluirmos o período da pandemia, tivemos uma média de 35 mil visitantes por ano. Mais de metade – 55% – são jovens”, salienta o presidente da FBA, que destaca ainda o facto de “um terço” das pessoas que estiveram no CIBA terem participado em actividades desenvolvidas pelos serviços pedagógicos. O que, frisa, representa “um importante trabalho de promoção do conhecimento e entendimento sobre a Batalha de Aljubarrota”.
António Ramalho assume que o CIBA vai entrar agora numa segunda fase, com o objectivo de chegar aos 100 mil visitantes por ano, através do “aprofundamento dos serviços educativos”, reforçando o foco no público escolar, mas também da aposta “nos mercados sénior, da família e das empresas”.
Para atingir esse meta, a FBA delineou “um programa assente em quatro eixos: ampliar, aprofundar, alargar e actualizar Aljubarrota”. “Queremos conjugar a experiência entre o CIBA e o Campo Militar, para que seja uma experiência única de duas realidade e dois momentos”, adianta António Ramalho.
Novos investimentos
Segundo o presidente da FBA, no próximo ano, está previsto um investimento na ordem de “um milhão de euros”. Uma das intervenções passa pelo alargamento dos circuitos pedonais no exterior, que incluiu a criação de “museologia do sistema de defesa” das tropas portuguesas na zona da capela, onde ficou a designada Ala dos Namordos.
O objectivo, explica António Ramalho, passa por “deixar bem claro a visualização das covas do lobo” e aumentar a “interacção digital” da visita. No interior do CIBA, serão criados dois novos espaços, um sobre “o pós-Aljubarrota” e outro dedicado a Afonso do Paço, que, entre 1958 e 1960, fez as primeiras e mais importantes escavações arqueológicas no local, que permitiram identificar cerca de 830 covas do lobo e uma vala comum com ossos pertencentes a mais de 400 indivíduos.
No centro de interpretação passará também a ser exibido um novo filme sobre D. Nuno Alvares Pereira, o Condestável do Reino que comandou as tropas portuguesas.
Na perspectiva de “alargar Aljubarrota”, o espaço será inserido em dois roteiros, um que junta também o castelo de Porto de Mos e o Mosteiro da Batalha, e outro que unirá as três batalhas “determinantes” para a independência de Portugal: Aljubarrota, Atoleiros e Trancoso.
A FBA pretende ainda envolver universidades e centros de investigação no estudo e “actualização da importância de Aljubarrota”.