Em Portugal, os biorresíduos representam mais de 45 por cento da composição dos resíduos indiferenciados, sendo descartados pelo consumidor no lixo indiferenciado, causando vários problemas a nível ambiental, quer pela ocupação desnecessária de espaço nos aterros e a produção de metano (gás com efeito de estufa) e lixiviados (líquidos poluentes).
Desde 1 de janeiro, de acordo com o Regime Geral de Gestão de Resíduos (DL n.º 102-D/2020, de 10 de dezembro), que transpôs a Diretiva Quadro dos Resíduos da União Europeia, os municípios estão obrigados a operacionalizar um sistema de recolha de biorresíduos.
Não existem números oficiais, mas a verdade é que grande parte dos 308 municípios estão atrasados e ainda não implementaram a operacionalização da recolha seletiva dos biorresíduos.
Leiria, que chegou a implementar em anos anteriores, um projeto-piloto na freguesia de Regueira de Pontes, em que foi testada a recolha seletiva de biorresíduos, tem desde o início do ano, um sistema de recolha a funcionar em Leiria, Marrazes e Parceiros.
Cascas de frutas e legumes, borras de café, sobras de refeições, folhas e ervas do jardim, guardanapos/papel de cozinha, entre outros, são alguns dos biorresíduos que poderão ser colocados nos contentores castanhos colocados na via pública, destinados a recolher estes resíduos. A cada aderente doméstico, será entregue um contentor de sete litros para a separação doméstica, o que não impede que, quem não tenha aderido, deposite diretamente os biorresíduos (num saco) no contentor instalado na sua rua.
Tendo a estratégia do município passado pela sensibilização e entrega porta a porta, verifica-se que a informação poderá não ter chegado a toda a gente, pois infelizmente, constata-se que, por vezes, os contentores castanhos estão a receber o mesmo lixo indiferenciado que os contentores de lixo verdes, pelo que urge reforçar a informação.
Portanto, que razões temos para efetuar a separação dos biorresíduos, do lixo indiferenciado?
A separação de biorresíduos, para além de obrigatória em Portugal, contribui para a redução dos resíduos enviados para aterro e para o aumento de materiais que poderão ser valorizados, como composto orgânico, que poderá ser utilizado para melhorar a fertilidade dos solos.
Além disso, a redução da deposição de resíduos em aterro, permite baixar os custos de tratamento que o município terá de pagar, pelo que é uma obrigação de todos.
Peça já o seu contentor doméstico de sete litros, e comece a separar!
Texto escrito segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico de 1990