O agravamento das condições de vida dos portugueses foi um dos temas em análise na reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), realizada, esta terça-feira, em Fátima. Os representantes do episcopado manifestaram “preocupação” pela situação financeira difícil por que passam as famílias e as instituições sociais.
Questionado sobre os recentes casos de instabilidade no Governo, o secretário da CEP, padre Manuel Barbosa, disse esperar que essas situações não se reflictam na resposta aos mais necessitados. “A instabilidade resolve-se pelo facto de a democracia funcionar. Desejamos que não influencie o apoio às famílias e às instituições e que ninguém fique excluído por isto ou por aquilo”, afirmou o sacerdote, no final da reunião do Conselho Permanente da CEP.
Em declarações aos jornalistas, o padre adiantou que a questão da eutanásia e do suicídio medicamente assistido, cujo diploma foi, de novo, enviado pelo Presidente da República para a apreciação do Tribunal Constitucional, também esteve em análise na referida reunião.
De acordo com Manuel Barbosa, enquanto o processo legislativo não ficar concluído, a Igreja mantém a “esperança quanto à sua não aprovação”, em linha com o que defendem outras organizações. “Esta é uma questão de humanidade e de civilização. Não é uma questão de religião”, salientou o secretário da CEP.
O estudo dos abusos sexuais na Igreja foi outro dos temas abordados pelo Conselho Permanente do episcopado. A sensivelmente um mês da apresentação do relatório que está a ser elaborado pela comissão independente, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strech, Manuel Barbosa disse que a Igreja se encontra preparada para “tomar medidas adequadas” que se imponham por aquele estudo, de forma a que “este flagelo se erradique da vida da Igreja o mais possível”.
O relatório será revelado no dia 13 de Fevereiro e será objecto de análise numa assembleia plenária extraordinária da CEP, a realizar no dia 3 de Março. Em Abril, os bispos voltam a reunir-se em Fátima, entre os dias 17 e 20, para, entre outros assuntos, eleger os novos órgãos da CEP para o próximo triénio.