A Associação de Solidariedade Social e Cultural da Boa Vista, no concelho de Leiria, vai investir 2,2 milhões de euros na criação de um lar para 40 utentes, apesar de ter ficado sem financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) por falta de verba daquele programa.
O lançamento do concurso para a execução da empreitada de ampliação e remodelação do centro de dia, do serviço de apoio domiciliário e para criação de uma Estrutura Residencial Para Pessoas Idosas (ERPI) foi lançado esta semana, tendo um prazo de execução de dois anos. O concurso tem um preço base de 2.280.000 euros, acrescidos de IVA.
Segundo explicou ao JORNAL DE LEIRIA o presidente da associação, o projecto prevê a manutenção das actuais instalações do centro de dia e dos serviços de apoio domiciliário. “Vamos adicionar mais um uso como lar de idosos, ampliando e aproveitando o que já existe”, especifica.
Eduardo Silva adianta que a instituição concorreu inicialmente ao Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) 3.0 da Segurança Social, mas o período de cedência do terreno por parte da junta de freguesia era pequeno, pelo que o projecto foi reprovado.
O prazo já foi prorrogado para 50 anos, mas fora do tempo da candidatura. A abertura de uma linha de financiamento do PRR para equipametnos sociais levou o Associação de Solidariedade Social e Cultural da Boa Vista a concorrer.
A primeira resposta foi positiva. “O projecto foi aprovado sem condicionantes. Estávamos muito contentes e até fomos felicitados pelo presidente de Câmara, porque era mais uma estrutura importante para Leiria. Mas, passadas umas semanas, recebemos uma carta a informar que o dinheiro do PRR tinha acabado, pelo que não teríamos financiamento”, lamenta.
Não obstante, a obra vai avançar para a criação de um lar com resposta para 40 utentes, a que se juntará o centro de dia que tem lotação para 30 pessoas e o apoio domiciliário a “33 ou 24 utentes”.
Eduardo Silva revela que a instituição particular de solidariedade social espera angariar financiamento de algumas instituições, tendo, para já, garantido um empréstimo bancário e fundos próprios.
O responsável conta que quando construiu o centro de dia, há cerca de dez anos, já idealizava a construção de uma ERPI. Como o terreno não tem área suficiente para uma construção de raiz, o edifício ficou preparado, de forma a poder ser ampliado e requalificado para um futuro lar, que vai agora concretizar-se.
O edifício ampliado irá dispor de espaços de uso social e comum, quartos e espaços para serviços de apoio internos e externos, informou.
“É um projecto fundamental para a União de Freguesias de Santa Eufémia e Boa Vista e vai criar mais postos de trabalho, pois é uma estrutura com respostas completamente diferentes”, considera Eduardo Silva.