São o que, em linguagem popular, se pode chamar de ‘papa-orçamentos participativos’. Em sete edições promovidas pela Câmara de Leiria, os moradores da União de Freguesias (UF) de Boa Vista e Santa Eufémia conseguiram aprovar dez propostas, que representam investimentos superiores a meio milhão de euros neste território.
Em todas as edições, houve ideias apresentadas por cidadãos ou entidades desta União de Freguesias entre as mais votadas e, em três, isso aconteceu com mais do que uma proposta. Foi o que sucedeu na presente edição, cujos resultados se ficaram a conhecer esta segunda-feira.
Um dos projectos vencedores contempla a construção de um espaço museológico na antiga EB1 de Boa Vista. O outro abrange, além desta UF, a Caranguejeira. Trata-se da proposta Descentralizar a Cultural – De cá para lá, que pretende levar “o melhor da música portuguesa” às três localidades.
A instalação de um relvado sintético, a requalificação da estrada entre Vale Garcia e Santa Eufémia, a construção de passeios em Alqueidão, de uma casa mortuária e de balneários de apoio à prática desportiva e a criação de dois campos de padel e de uma ludoteca foram alguns dos projectos conseguidos pela UF de Boa Vista e Santa Eufémia ao abrigo do Orçamento Participativo (OP). [LER_MAIS]No ano passado, a proposta para a instalação de um espaço de lazer intergeracional em frente ao pavilhão de Santa Eufémia também saiu vencedora.
Para Mário Rodrigues, presidente da UF, o segredo está na “mobilização das pessoas em prol da sua terra”, mas também no envolvimento dos órgãos autárquicos da freguesia no processo, não só na divulgação da iniciativa e das propostas, mas também no apelo à participação da população, através da apresentação de ideias e da votação.
“Além das propostas vencedoras, em todas as edições houve outros projectos sugeridos por cidadãos da UF”, frisa o autarca. Confessando-se “muito satisfeito com este nível de participação” dos seus fregueses, Mário Rodrigues admite que o facto de, antes de a Câmara ter iniciado o OP, a Junta da Boa Vista já ter introduzido a iniciativa, canalizando parte do seu orçamento para projectos apresentados pela população, também pode ter influência. “Era um OP à nossa dimensão, mas criámos o hábito de as pessoas participarem”, acrescenta.