Uma comitiva empresarial, acompanhada pelo vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, visitou a Marinha Grande para “aprender com os melhores”.
Com o objectivo de conhecer o tecido empresarial e formação profissional da região, nomeadamente a área da metalomecânica, o governo cabo-verdiano estabeleceu protocolos de modo a tirar partido da experiência e poder levá-la para Cabo Verde contribuindo para a educação dos jovens.
“Queremos ser um centro comercial industrial e formar jovens caboverdianos em toda a indústria. Nada melhor do que aprender com os melhores, com aqueles que estão numa fase mais avançada e têm uma experiência de sucesso.”
As palavras são do vice-primeiro ministro de Cabo Verde, que pretende impulsionar a educação dos jovens do seu país. Olavo Correia destaca a importância de “diversificar a economia” de Cabo Verde, assente, essencialmente, no turismo.
“Depender de apenas um sector torna o país vulnerável. O emprego criado é, muitas vezes, mal remunerado e pouco qualificado. Queremos aproveitar o turismo como escala para ter indústria, transportes aéreos, sistemas financeiros, tecnologias e comunicação, tendo assim jovens cabo-verdianos empregados como contabilistas, engenheiros, arquitectos, juristas, advogados, gestores, bem remunerados e com uma vida melhor. “
O governante pretende garantir um “quadro de cooperação, que permita condições para formar jovens em Cabo Verde”, nomeadamente na área da metalomecânica, existindo um “quadro financeiro definido”.
“Também criará oportunidades de emprego em Portugal, [LER_MAIS] que precisa de mão-de-obra qualificada. Queremos colocar jovens caboverdianos a trabalhar em Portugal, com a qualificação adequada”, salienta.
“Antes de investir em estradas e portos, o governo deve apostar na formação dos jovens e na sua qualificação profissional. É um investimento que vale a pena e tem sempre retorno.
Cabo Verde vai fazer um esforço para que todos os jovens que queiram ter uma formação profissional possam tê-la, independentemente da condição financeira dos pais”, acrescenta Olavo Correia, que aproveitou a presença do secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, para apelar ao governo português para permitir a “livre circulação de bens, pessoas e capitais”, convidando ainda os empresários para que “façam mais investimento em Cabo Verde, um país estável e seguro”, noutras áreas além do turismo.
“Marinha Grande, casa da indústria”
A presidente da Câmara da Marinha Grande, Cidália Ferreira, lembra que o concelho é “a casa da indústria de tecnologia de ponta, do conhecimento académico, da investigação científica aplicada à indústria e a engenharia e design industrial”.
“Temos conhecimento e experiência especializada. Somos líderes em exportações e somos reconhecidos internacionalmente pela qualidade e excelência do produto final. É tudo isto que queremos dar a conhecer e partilhar com Cabo Verde”, acrescenta.
A autarca explica que esta é uma parceria de “formação académica ligada às áreas de metalomecânica e CNC [controle numérico computadorizado] para se investir naquilo que são as necessidades de empregabilidade do concelho”.
Este é um projecto que pretende beneficiar Cabo Verde e a Marinha Grande. “Os jovens terão formação no Cenfim de Cabo Verde e na região, de modo a que “possam trazer jovens para cá, garantindo o seu futuro em termos daquilo que é o conhecimento e a excelência” existente na terra do vidro.