O vereador do PS, Lino Pereira, que não vai continuar no executivo por decisão sua, explicou esta terça-feira as razões que o levaram a sair da equipa liderada pelo reeleito Raul Castro. Falta de apoio e de investimento na formação das pessoas e discordância com o líder foram algumas das justificações.
“Não consigo participar numa organização que funciona só com a cabeça de uma pessoa e onde as pessoas são para usar e deitar fora”, afirmou Lino Pereira, ao referir que houve uma certa “zona de desconforto com o senhor presidente” em algumas decisões.
“Temos de ser parceiros, mas não estou aqui para dizer sempre que sim. Ninguém compra o meu sim ou não. Há pessoas que interpretam isto como desobediência.”
Lino Pereira sentiu falta de apoio quando foi discutido o Plano Estratégico de Mobilidade de Transportes de Leiria, que levou mesmo ao seu afastamento deste processo. “Este é um plano que terá de ser implementado e foi morto logo à nascença, porque o presidente não percebeu que primeiro iríamos apresentar o plano para, depois, recolher sugestões de melhoramentos.
[LER_MAIS] O presidente sempre esteve a par da proposta e nunca discordou, assim como todo o executivo”, explicou, revelando que pôs “de imediato” o seu lugar “à disposição”.
Também na decisão do ordenamento do trânsito e construção “provisória” de uma “bolsa de estacionamento” nos Capuchos, Lino Pereira admitiu não ter tido o apoio do presidente, quando surgiu a contestação de alguns moradores. Segundo referiu, no primeiro mandato os colaboradores da autarquia dedicaram-se e “aceitaram abraçar uma mudança pela positiva, onde a resolução do problema do munícipe era o mais importante”.
No entanto, a “cultura de organização que se pretendia” não se concretizou. “Hoje, tenho que lamentar, mas a nossa organização (pessoas) está menos eficiente, menos motivada e menos inovadora”, apesar dos alertas que diz ter feito aos colegas do executivo. “Todos concordaram, mas as situações foram sendo adiadas ou entravadas, até que a equipa se parte, com a entrega das competências do vereador Vítor Marques”.
Apesar da sua decisão, Lino Pereira sublinha que Raul Castro é o presidente que Leiria e os leirienses precisam.