“É o mínimo que podemos fazer”, diz Renato Filipe, 34 anos, responsável por entregar o primeiro carregamento de ajuda humanitária organizado pelo Município de Leiria e pela comunidade ucraniana do concelho. Com ele vai Ana Santos, um ano mais velha, também motorista.
O casal conhece bem as estradas por onde seguem os donativos da campanha SOS Ucrânia. Nos últimos anos tem percorrido sucessivamente aquela região da Europa, em serviço para a empresa de mercadorias da Loureira, Fátima, proprietária do camião que saiu ontem à tarde do Estádio Municipal Magalhães Pessoa.
“Estamos habituados a fazer países de leste, já conhecemos bem a rota”, explicaram aos jornalistas no momento da partida, sublinhando que esperam uma viagem tranquila e contam chegar ao destino no domingo à noite ou na manhã de segunda-feira.
A caminho da fronteira entre a Hungria e a Ucrânia, em Tiszabecs, vão 20 toneladas de bens doados por particulares e empresas, num tempo quase recorde, no âmbito da campanha solidária SOS Ucrânia – Somos Todos Ucrânia.
O camião de Leiria leva uma carga com 32 caixas de artigos de higiene, 394 de roupa térmica, 138 de bens alimentares, 47 de artigos de saúde e 17 de acessórios. A entidade beneficiária é uma associação ucraniana que vai distribuir o apoio pelos refugiados.
É apenas uma parte da recolha. Segundo Gonçalo Lopes, presidente do município, até às 17 horas de quinta-feira, 3 de Março, haviam sido recolhidas cerca de 90 toneladas de bens.
“É impossível não sentir orgulho depois de chegar aqui e ver esta movimentação de pessoas e o que os portugueses são capazes de fazer quando é para ajudar”, comenta Renato Filipe.
Quanto questionados se estão disponíveis para repetir o trajecto com o mesmo objectivo, a resposta sai em uníssono: “Claro que sim!”.