Em menos de seis meses de actividade, o Centro de Recolha Oficial (CRO) Municipal de Porto de Mós (vulgarmente designado por canil) já está cheio.
Apesar das adopções conseguidas até ao momento – 26 cães e 22 gatos, num total de 88 animais recolhidos – a falta de espaço começa a notar-se, obrigando a “inventar capacidade” para dar resposta às solicitações, admite o vereador Eduardo Amaral.
Exemplo disso é a ocupação de uma das duas salas destinadas a “quarentena”, para animais sujeitos a tratamento médico, e que, por estes dias, acolhe uma ninhada de cinco cachorrinhos acompanhados pela mãe, que foram recolhidos no quintal de um munícipe que alegou “incapacidade” de ficar com os animais.
Pela experiência, Valéria Pessegueiro, enfermeira veterinária, acredita que a adopção dos cachorros será fácil e rápida, havendo já pessoas inscritas.
“Com a outra ninhada que aqui tivemos, houve dezenas de pedidos”, conta a técnica, sublinhando que o problema está nos cães de maior porte e mais velhos, que “vão ficando”. Muitos deles encontram- se no CRO desde que abriu, em Novembro [LER_MAIS]do ano passado.
“As pessoas vêem, muitas vezes, com ideia fixa. Querem um cão pequeno, jovem e, se possível, de determinada raça”, conta a enfermeira veterinária, revelando que há também casos de “devolução” de animais por “inadaptação”.
Uma situação que, no entender de Eduardo Amaral, exige “formação” e “sensibilização” da população para esta temática. Nesse sentido, o Município pretende desenvolver um trabalho, em colaboração com as escolas do concelho, que passará por sensibilizar os mais novos para a questão do abandono dos animais e para a importância da adopção.
No futuro, está também prevista a criação de “uma pista para ensino dos animais” e alargar a área exterior destinada ao passeio e socialização, tarefa que conta com a “preciosa” ajuda dos voluntários que colaboram com o CRO.