Há um presépio em Pombal que alerta para a necessidade de preservar o ecossistema e de proteger um dos componentes mais tradicionais da representação do nascimento de Cristo.
Este ano, o grupo que costuma construir o presépio da Capela da Charneca, na paróquia de Pombal, não usou musgo, num desafio à comunidade católica para dar um exemplo, abraçando o apelo e tomada de posição mais recentes do papa Francisco, para que os cristão contribuam, como nunca o fizeram, na protecção do ambiente e da nossa casa comum.
É que, embora, em Portugal, existirem 720 espécies de musgo, muitas estão já ameaçadas de extinção, devido à eucaliptização do território, incêndios constantes, seca, erosão e apanha excessiva.
“Muitos podem não o ter percebido ainda, mas o musgo é uma espécie vegetal cuja existência está em declínio. Os elementos da Comissão da Capela da Charneca, que são muito jovens, tomaram em mãos a tarefa de explicar aos paroquianos as razões pelas quais não foi usado o musgo, que é protegido por lei, e escreveram uma nota que foi divulgada e até publicada nas redes sociais”, explica Carla Longo, que, além de presidente da Junta de Freguesia de Pombal, também é membro da comunidade da Charneca.
Ainda assim, foi preciso falar, pessoalmente, com algumas pessoas para lhes transmitir a mensagem.
“No início, alguns ainda pensavam que, este ano, não tínhamos querido ter muito trabalho. Mas, depois entenderam e concluiram que tínhamos razão, apesar de elas próprias ainda não se terem apercebido da situação.”
Em substituição foram empregues materiais alternativos, escolhidos com muita imaginação, como a serapilheira ou as canas.
A comissão, na sua nota pública (ler abaixo), descreve o problema e as funções essenciais que o musgo, que pode demorar até 20 anos a crescer, tem na natureza e na retenção da humidade no solo e purificação da água.
O espírito dinâmico da comissão da capela é elogiaod pela presidente da junta que recorda as obras, no valor de 300 mil euros, que estão a ser executadas no largo em frente ao templo, para criar um local comum de convívio para a comunidade. “
Somos muito activos, na Charneca. Outro exemplo, é a nossa catequese conta com 120 meninos e meninas inscritos”, diz Carla Longo.
Este ano a Capela da Charneca – Pombal decidiu fazer o presépio de maneira a proteger o nosso planeta.
Aposto que não sabiam que, em Portugal, existem 720 espécies de musgo e muitas estão ameaçadas de extinção! Pois é, apesar de ser uma espécie protegida, a falta de legislação faz com a altura do ano mais querida por todos nós, o Natal, seja para eles uma espécie de apocalipse anual.
Por não haver coimas para quem o apanha, o musgo é comercializado às centenas e arrancado sem piedade, o que pode levar, eventualmente e dentro de algum tempo, à sua extinção.
Sim, até pode ficar bonito, mas não vamos esquecer que o menino Jesus nasceu num estábulo no meio do deserto, afinal os Reis Magos chegaram lá de camelo!
Que tal este ser o ano de uma nova tradição? Presépio sim, musgo não!
Se acham que decorar o presépio com areia e pedras é muito austero, que tal umas searinhas de trigo?
Como manda a boa tradição madeirense e até alentejana! Convenhamos que trigo tem muito mais a ver com a religião cristã do que o musgo e as crianças vão adorar ver a searinha a crescer.
O musgo tem um papel extremamente importante na conservação da natureza, combatem a erosão, retêm água e a humidade protegendo assim o solo.
Entre a acumulação de húmus, a estabilização de solos, a fixação e a germinação de sementes, a acumulação de biomassa, a reciclagem de nutrientes, os musgos também facilitam o escoamento da água evitando erosão, cheias, etc.