A Casa Ermelinda Freitas apresentou ontem o seu Vinho das Grutas Reserva, um tinto de 2015 que estagiou durante cinco anos a 80 metros de profundidade, nas Grutas de Mira de Aire.
A produtora de vinho de Palmela, que comemorou há dois anos o seu centenário, “sempre gostou de inovar”, pelo que quando a hipótese de fazer algo diferente surgiu decidiu avançar, explicou ao JORNAL DE LEIRIA Leonor Freitas, administradora da Casa Ermelinda, à margem da apresentação do vinho, que decorreu ontem nas Grutas de Mira de Aire.
Tudo começou num almoço entre amigos, quando o administrador das grutas, Carlos Jorge, propôs a Amílcar Malhó acompanhar a refeição com um Dona Ermelinda Reserva, tinto de 2004, que repousava há vários anos numa garrafeira improvisada nas grutas.
Gerou-se a expectativa pelos 12 anos que o vinho passara na garrafa, mas logo se percebeu “estar perante uma (muito) agradável surpresa”.
O episódio foi relatado a Leonor Freitas e o enólogo da Casa Ermelinda, Jaime Quendera, quis provar e avaliar o vinho, tendo encontrado um tinto que “manteve juventude e adquiriu maior elegância” no tempo em que repousou na gruta.
Em Março de 2017 foram então transportadas para a gruta 12 mil garrafas de um novo vinho da colheita de 2015. A ideia era apresentá-lo em Março de 2020, pela ocasião do centenário da Casa Ermelinda Freitas, mas a pandemia não permitiu.
O Vinho das Grutas Reserva chega agora ao mercado, e será comercializado na loja das Grutas de Mira de Aire, na loja da Casa Ermelinda Freitas e no WineNot?, em Lisboa.
“Este vinho vai com certeza fazer a diferença e esperamos muito vir a contribuir para divulgar as maravilhas de Portugal, como as grutas e a gastronomia”, aponta Leonor Freitas.
Já Carlos Alberto, citado em nota à imprensa, revela a sua satisfação pela concretização “desta ideia que surgiu quase por acaso” num almoço de amigos.