Pedro Morouço, investigador do CDRSP – Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentável do Produto, do Instituto Politécnico de Leiria, foi desafiado recentemente por uma médica italiana para um projecto de regeneração do osso em 4D. A neuropediatra pretende um tipo de implante que tenha “capacidade de resposta a estímulos e que permita crescer ao mesmo tempo”, de modo a dar resposta a algumas crianças que nascem com um certo tipo de problema no crânio, evitando um número elevado de cirurgias.
“O desafio é colocar essa plasticidade na scaffold [estrutura que dá suporte], permitindo que tenha a capacidade de crescer com o crescimento do crânio da criança e ao mesmo tempo não perca a robustez. A ideia é avançar ao nível dos biocerâmicos na própria scaffold, com uma que já tenha condutividade eléctrica. Se conseguir ter o biocerâmico e ter a propriedade eléctrica consigo dar-lhe estímulo para ela ter capacidade plástica de expansão”, explica Pedro Morouço, que integra ainda um projecto sobre regeneração da cartilagem, onde o CDSP é um dos parceiros de um consórcio europeu.
Integrado no projecto HydroZONES, um dos maiores projectos europeus na área da engenharia de tecidos, o CDRSP contribuiu, através de impressoras, para o desenvolvimento de substitutos inteligentes de cartilagem, que imitam a complexidade do tecido natural com base na compreensão da distribuição zonal da cartilagem natural.