O Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (Cenfim) celebra quatro décadas de actividade, de cooperação com as pessoas e com a indústria.
O Cenfim foi constituído a 15 de Janeiro de 1985, por protocolo entre aquelas que são hoje a Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins de Portugal, a Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas e pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional. Ainda no mesmo ano, a 11 de Novembro, iniciava actividade o Núcleo do Cenfim da Marinha Grande, sob a iniciativa de Gabriel Silva, então administrador da empresa Aníbal H. Abrantes. Engenheiro mecânico e professor do ensino secundário, António Sá viria a ser o primeiro director deste núcleo.
A Marinha Grande foi escolhida por diversas razões: “grande concentração de empresas do sector metalúrgico e metalomecânico na região; e a forte implementação da importantíssima indústria de moldes. O facto de alguns empresários de referência se virem a manifestar, à época, pela falta de mão-de-obra especializada para ingressar na indústria, numa altura em que estavam num processo de grande desenvolvimento e progresso tecnológico, foi também uma forte razão para se avançar”, contextualiza Carlos Manuel Silva, actual director do Núcleo do Cenfim da Marinha Grande.
“Os dirigentes associativos e membros do conselho de administração do Cenfim foram verdadeiros visionários, antecipando, na grande maioria das vezes, as necessidades e as tendências do futuro, no que a formação e qualificação profissional dos trabalhadores do sector diz respeito”, realça Carlos Manuel Silva. “Os formadores eram, no início, essencialmente responsáveis e técnicos das empresas que disponibilizavam parte do seu tempo para, no núcleo, aplicarem e disponibilizarem o seu conhecimento teórico e prático trazido das empresas.
Com o passar do tempo, a maior exigência dos conteúdos técnico-pedagógicos das acções de formação e da predisposição para aprender dos formandos, tiveram a necessidade (e obrigatoriedade) de adquirir e actualizar competências pedagógicas”, nota o director.
Formação Inicial de Jovens, Cursos Tecnológicos – Educação e Formação de Adultos, Cursos de Especialização Técnica, Módulos de Formação Contínua, também a Oficina Individual de Formação em CNC são algumas das ofertas do núcleo da Marinha Grande, onde a taxa de empregabilidade se situa nos 100%. A instituição já colaborou com mais de 500 empresas de toda esta região e por ela passaram mais de 30 mil formandos inscritos, realça Carlos Manuel Silva.
Normalmente, estes “são inseridos em departamentos de projecto, produção, manutenção e comercial das empresas. Assumem muitas vezes funções de chefia e enquadram-se com muita facilidade na organização das empresas”, refere o responsável. Outros, também, prosseguem formação no ensino superior.
“Reconhecidamente por muitos, o Cenfim tem contribuído ao longo destes 40 anos de actividade para o desenvolvimento das empresas, do sector e da indústria regional e nacional”, entendendo a qualificação e formação dos trabalhadores das empresas como prioridade. Ainda assim, reconhece Carlos Manuel Silva, embora atenuado, persiste o preconceito em relação à formação profissional, que “muitas vezes é tido logo numa primeira instância pelas famílias, que tendem a não ver neste formato educativo/formativo o valor que representa e as oportunidades que proporcionam aos seus filhos.”