Numa mostra voltada para os agentes da indústria de moldes e plásticos, o Centimfe – Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos mostrou, na última semana, na Marinha Grande e em Oliveira de Azeméis, o resultado de três anos de trabalho com o tecido empresarial e conhecidas marcas internacionais, na procura de soluções para a sustentabilidade e optimização de processos.
Chamou-lhe Learning Factory – simulação de um ambiente fabril dedicado ao conhecimento. A iniciativa resulta de transferência de conhecimento WATT – What About Twin Transition, financiada pelo COMPETE 2020, que incluiu um roteiro para a transição ecológica e ferramentas digitais para as empresas calcularem o seu nível de sustentabilidade.
Desde o início da pandemia da Covid-19, em 2020, até ao ano passado, o Centimfe desenvolveu tarefas com o tecido empresarial, no valor de 50 milhões de euros, com mais de 100 empresas e 50 unidades de ensino científi?ico tecnológico.
“Neste momento, temos projectos avaliados em mais de 100 milhões, devido às agendas do PRR, com mais empresas envolvidas”, diz o director-geral, Rui Tocha.
A certo momento, houve a necessidade de dar a conhecer a outras empresas o trabalho realizado, mostrando como podem beneciar da capacidade instalada na Marinha Grande.
“No fabrico aditivo, não faz sentido uma empresa comprar equipamentos dispendiosos para usar poucas vezes. Temos os softwares de simulação, de optimização e as actualizações, que são custos muito grandes.”
A prová-lo estão em exposição ferramentas na área do lean manufacturing, que mostram como reduzir desperdício ou optimizar tempos.
“Na área dos materiais reciclados, procedemos a vários ciclos de reciclagem e criámos padrões, aplicando machine learning, optimizando ferramentas que, depois, são customizadas para cada uma das empresas, permitindo que, introduzindo processos e novos parâmetros, se tornem cada vez mais robustas para a tomada de decisão.”
Já a nível do digital twin, é possível simular a produção e permitir a alguém que esteja em teletrabalho programar a fábrica.
Foram ainda feitos estudos de custo carbónico e de computação de alto desempenho usando um supercomputador da Universidade de Coimbra.
Espaço de partilha de outputs
Mais do que um simples demonstrador, Rui Tocha arma que “a Learning Factory é um espaço para mostrar os outputs de projectos e de serviços que estão a ser prestados às empresas e que resultam de trabalho de investigação”.
Na Marinha Grande, a mostra aconteceu no novo espaço que o Centimfe ocupa agora no edi?ício da Open.
Representa um custo de três milhões de euros e serve para albergar a secção de desenvolvimento de produto, automação, robótica, electrónica e injecção, triplicando a área de fabrico aditivo.
A equipa do Centimfe também cresceu para quase 60 pessoas, num esforço de criação de áreas de apoio à indústria, com pessoas com doutoramento, mestrado e licenciaturas em data science, robótica, novos materiais, electrónica e computação.