O centro tradicional da Marinha Grande vai deixar de ter carros. Esta é pelo menos uma das recomendações da Plano de Mobilidade Urbana Sustentável para o concelho, que Paula Teles e Jorge Gorito deram a conhecer segunda-feira, no Centro Empresarial.
Na apresentação pública do plano, que ainda será levado a reunião de câmara, os especialistas propõem que o trânsito automóvel, que agora circula na Rua Bernardino José Gomes (lateral aos Paços do Concelho), seja desviado daquela artéria, passando a fazer-se através Centro da Marinha Grande com trânsito de sentido único este ano de um eixo de ligação a Poente do Parque da Cerca (Largo do Luzeirão – estaleiros municipais – Avenida John Beare – Rotunda das Portas Verdes – Rotunda do Vidreiro).
Mas, ao JORNAL DE LEIRIA, Aurélio Ferreira, presidente da autarquia, afiançou que, assim seja aprovado o plano, ainda este ano será adoptada “uma solução intermédia”, com a circulação na Rua Bernardino José Gomes a fazer-se num único sentido.
Entre outras medidas, o plano recomenda que seja construído um interface rodoviário na Avenida da Liberdade (no antigo “Largo da Feira”), que articule autocarros, táxis, bicicletas e estacionamento automóvel); que seja concretizada a plataforma intermodal da Marinha Grande (comboios, autocarros, automóveis, táxis, bicicletas); e impulsionada a plataforma intermodal da rede de Alta Velocidade Leiria/ Marinha Grande.
Neste “plano de 4.ª geração”, Paula Teles prioriza a “humanização” e a “descarbonização” da cidade, através da ampliação da pedonalização do centro tradicional, requalificação de jardins, expansão da rede de transportes públicos urbanos e criação de mais espaços cicláveis.
Além de reduzir o número de veículos que diariamente circulam na cidade, boa parte pesados, a Marinha Grande deve também investir no alívio do tráfego na Estrada Nacional 242 (de ligação a Leiria), propõe o estudo.
Contudo, não tendo o Instituto da Mobilidade e dos Transportes considerado a proposta de isentar o pagamento de portagens em três pontos da A8 (Zona Industrial de Casal da Lebre, Barosa e Leiria), “que corresponderiam a cerca de 900 mil euros por ano”, a solução que está a ser trabalhada no âmbito da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria é a criação de um autocarro movido a hidrogénio, apontou o presidente.
Aurélio Ferreira reforçou a urgência de “modificarmos os nossos hábitos diários e incentivarmos as várias gerações, sobretudo as mais novas, a adoptar os meios de transporte colectivos, andar a pé ou de bicicleta, contribuindo para a redução das emissões de carbono e criando espaços urbanos mais seguros e saudáveis”.