Quando o surto de coronavírus estava a castigar a China e havia, naquele país, dificuldades em encontrar equipamentos individuais de protecção de saúde, a Filstone, empresa de comércio de rochas, sediada em Fátima, reuniu 40 mil máscaras e enviou-as para várias empresas parceiras e a uma associação de apoio local.
“Acompanhámos desde cedo a evolução da Covid-19 por termos uma estreita relação com a China. Quisemos dar o nosso contributo, na medida do que nos era possível face à distância”, explica Ricardo Jorge fundador e administrador da empresa.
O envio foi em Fevereiro. Em finais de Março, os chineses devolveram o gesto solidário.
“Há várias empresas que nos estão a doar máscaras conforme a sua disponibilidade e o que é permitido ao nível do transporte. Isto reflecte que o que nos une não é apenas a relação comercial. Há outras preocupações, bem mais importantes, que têm manifestado. Estivemos cá para ajudar quando a China precisou e recebemos uma resposta na mesma moeda.”
As máscaras têm tido como destino a comunidade.
A Filstone está a fazer um levantamento junto de autarquias vizinhas de forma a identificar instituições, lares e entidades que necessitem, urgentemente, de máscaras.
Na terça-feira, já haviam sido doadas quase 5500, porém, o objectivo é oferecer ainda mais, à medida que elas forem chegando, a lares de idosos e às forças de segurança de Ourém e concelhos vizinhos.
O administrador da Filstone diz que estes “têm sido os piores e os melhores dias” da sua vida”. “Os piores porque, de um dia para outro, vimo-nos privados de tudo. De repente, temos de nos adaptar e alterar todos os nossos hábitos. Os melhores porque, nesta crise, temos visto coisas fantásticas, como a solidariedade entre as pessoas. Não só os nossos parceiros chineses, também os nossos colaboradores que, com um espírito de entreajuda, têm sido fantásticos. Sinto-me privilegiado por estar a sentir o que, de melhor as pessoas que nos rodeiam são.”