Tal como acontece de norte a Sul do País, as barragens da região, que estavam bastante abaixo da sua capacidade de armazenamento, estão a encher-se novamente. O último boletim semanal de albufeiras, com dados das disponibilidades hídricas registadas esta segunda-feira, dia 12, revela que, no caso do Cabril, em Pedrógão Grande, a quantidade de água acumulada ultrapassou a média de Dezembro dos últimos 30 anos.
Segundo o relatório, no início desta semana, aquela barragem tinha 63% da sua capacidade preenchida, acima da média de enchimento para o mês de Dezembro registada desde 1990.
Comparando com o boletim anterior, com dados que reportam ao passado dia 5 de Dezembro, verifica-se que, numa semana, houve uma subida de 9% na água armazenada na albufeira do Cabril, que, em Fevereiro deste ano, continha apenas 39,6% da sua capacidade preenchida.
Na ocasião, os baixos níveis de armazenamento levaram, inclusive, o Ministério do Ambiente a determinar a suspensão de produção de electricidade no Cabril.
No Oeste, a albufeira de São Domingos, em Peniche, estava, no início desta semana, a 52% da sua capacidade de enchimento, valor igual ao da semana anterior e abaixo da média para Dezembro registada nas últimas três décadas, que se cifra em 60%.
No caso da barragem da Bouçã, também em Pedrógão Grande, o último boletim semanal de albufeiras revela que, na segunda-feira, já tinha atingido 97% da sua capacidade, um valor percentual abaixo da média registada entre 1990 e 2022, que é de 98%.
Água armazenada sobe 3,5% numa semana
A nível nacional, o total de água armazenada era, na segunda-feira, de 65%, o que representa um aumento de 3,5% face à semana anterior. Com a precipitação registada nos últimos dias é expectável que esse valor tenha já sido ultrapassado.
Em declarações ao Jornal de Notícias, Francisco Ferreira, da associação Zero, sublinhava que o panorama está a melhorar em todo o continente, com excepção do Sul, que “continua longe dos níveis médios para esta época, com diferenças muito grandes nos valores médios”.
“Parece que o Centro e Norte praticamente recuperaram”, mas no Sul a subida “tem sido muito lenta”, com as barragens a estarem “ainda muito longe de recuperar”. Segundo o último Boletim Climático Portugal Continental, produzido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, no final de Novembro, apenas a região Sul estava em situação de seca meteorológica (28 % do território), dados que já estarão desactualizados face à precipitação registada em Dezembro.