Têm vindo como podem: avião, carro, autocarro, por meios próprios ou inseridos em caravanas solidárias, com ou sem envolvimento das autarquias.
Segundo Paulo Batista Santos, primeiro secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), entidade que reúne 10 municípios do distrito de Leiria, “a região já terá recebido mais de um milhar de refugiados” desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Ontem à noite, outro autocarro chegou ao Estádio Municipal Magalhães Pessoa, em Leiria, proveniente da Polónia, com 40 pessoas, numa iniciativa da CIMRL em colaboração com a Missão Ucrânia 2022 (particulares e empresas que mobilizaram 26 carrinhas em parceria com a Associação de Serviço e Socorro Voluntário de São Jorge, no concelho de Porto de Mós).
Quase todos sinalizadas pela comunidade ucraniana de Leiria e dos concelhos vizinhos, foram alojadas em Leiria, Marinha Grande e Pombal, em casa de familiares e amigos ou em habitações cedidas por particulares.
Cerca de uma dezena, contudo, segue para Mafra, em articulação com uma instituição religiosa.
“Ficámos até ao último momento sem saber se vinham ou não vinham”, realça Paulo Batista Santos.
Segundo o primeiro secretário executivo da CIMRL, este grupo que segue para Mafra demorou mais tempo do que o previsto a abandonar a Ucrânia porque o corredor de saída de Lviv sofreu bombardeamentos.
Paulo Batista Santos salienta “a generosa contribuição” dos leirienses emigrados na Alemanha e em França, que contribuíram com alojamento e refeições.
O processo, garante, está “devidamente organizado” e é “seguro”, logo, a CIMRL, com a ajuda, precisamente, de emigrantes de Leiria em França, que disponibilizam transporte gratuito, e em sintonia com os consulados e embaixadas, está a preparar novas acções de resgate para trazer para Portugal mais pessoas que procuram escapar ao conflito militar.
Apesar de todo o dispositivo de emergência preparado inicialmente pela CIMRL, com 200 camas, se encontrar já lotado, Paulo Batista Santos nota que há condições para aumentar a capacidade de alojamento e sublinha “a grande disponibilidade” de particulares e empresas no distrito de Leiria que estão a disponibilizar centenas de habitações para albergar refugiados oriundos da Ucrânia.