São mais cinco os aviões F-16 que Portugal vai vender à Roménia, no âmbito de um negócio oficializado esta segunda-feira na Base Aérea n.º 5 (BA5), em Monte Real, que totaliza cerca de 130 milhões de euros. A venda das aeronaves, que serão modernizadas e actualizadas nas oficinas da BA5, vem na sequência da alienação de mais 12 caças, que começaram a ser entregues àquele país em 2016 e que rendeu 200 milhões de euros.
À margem da cerimónia, o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, que esteve em Monte Real acompanhado com o seu congénere romeno, explicou que os cinco aviões militares vendidos estavam ao serviço da Força Aérea Portuguesa (FAP), mas que, no âmbito da “análise feita ao sistema nacional de forças”, se concluiu que podiam ser alienados.
Segundo o governante, o contrato celebrado contempla, além da entrega das aeronaves, a sua reconversão técnica para as “especificações romenas” e o trabalho da FAP na Roménia ao nível da “transmissão de informação, formação e manutenção”. João Gomes Cravinho adiantou ainda que o acordo agora assinado abre portas à colaboração entre os dois países noutras áreas.
A título de exemplo, o governante revelou o interesse da Roménia na nossa indústria têxtil, “que tem fornecido as Forças Armadas portuguesas”, e a possibilidade de trabalho conjunto no GEOMETOC, o centro de excelência da Nato em Portugal, e no centro de inteligência humana da Roménia.
Questionado sobre a possibilidade de abertura da BA5 à aviação civil, o ministro da Defesa não adiantou mais em relação ao que disse na semana passada na audição no Parlamento. Em Monte Real, João Gomes Cravinho repetiu aos jornalistas que a tutela e a instituição militar estão abertas a “falar da matéria”, que “vai muito além da dimensão estrita de Monte Real ou da Força Aérea, porque tem a ver com o dispositivo de grandes infra-estruturas e aeroportos a nível nacional”.
“Há uma possibilidade de abertura [à aviação civil], pois já cá aterraram várias aeronaves civis. Mas, obviamente que as necessidades militares têm de estar sempre em primeiro lugar e devidamente acauteladas, bem como toda a parte relativa à infra-estruturação de Monte Real, que precisaria de ser revista”, afirmou.