No último dia da Semana de Moldes, organizada pelo Centimfe, Cefamol e Associação POOL-NET, o debate foi à volta do Desafio da Competitividade na Europa.
Uma conversa moderada pelo presidente da ISTMA World.
Focando-se no caso português, o sul-africano Bob Williamson questionou João Cruz, da Cemafol, sobre as lições que a indústria nacional retirou do contacto com os moldes chineses.
Cruz afirmou que os europeus são responsáveis pelo seu sucesso.
“Ensinámo-los a pescar! Aquilo que os faz terem êxito é a sua preocupação com a eficiência. É a diferença principal entre a indústria europeia e a asiática. Não é apenas o preço. Eles produzem rapidamente e a sua qualidade é bastante boa.”
Para competir, a indústria europeia precisa de produzir mais, em menos tempo e com menos custos.
João Cruz ressalvou, contudo, que é necessário manter a qualidade pela qual os moldes portugueses são reconhecidos.
“Agora, somos nós que precisamos de aprender a pescar!”
Numa pergunta feita ao representante da UCISAP (União dos Fabricantes Italianos de Moldes e Equipamentos de Precisão) o presidente da ISTMA quis saber se o sector (TDM) consegue absorver os preços baixos e pagamentos dilatados no tempo, exigidos pelos clientes.
“A resposta directa a essa pergunta é, não!”, disse Fausto Romagnani.
“Principalmente, quando estamos a falar do sector automóvel, onde situação financeira é um factor crítico.”
O responsável salientou que é necessário perceber se as condições de produção da indústria na China são iguais às da indústria europeia.
“Não estamos a jogar com as mesmas regras, além disso, há outro problema. Devido às condições financeiras, estamos a lutar contra os clientes, pois eles estão a tentar impor condições que não são financeiramente sustentáveis. Na Europa, podemos ter a tecnologia, a experiência, o conhecimento e as pessoas, mas isto tem de ser utilizado nas condições correctas e num ambiente de concorrência justa.”
O italiano disse que falta simetria com os clientes, pois eles ditam as condições de mercado.
Fausto Romagnani terminou apelando à união do sector para repor a situação num mercado – automóvel – onde há mais capacidade de produção do que procura.